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Professor de direito defende uso
de flmes como material didático
O
que tem a ver o direito com o cinema? Se você logo pensou nos fl-
mes americanos de tribunal, acertou apenas uma pequena parte da
relação que há entre esses dois ramos da vida humana.
Artigo do professor Morton Luiz Faria de Medeiros, publicado na Revista
Bonijuris nº 587, de outubro/12, aborda este tema tão interessante. Se o
direito já era retratado na literatura e também na música – cita o autor as
músicas de Chico Buarque como sendo um dos “libelos mais contundentes
e retumbantes” contra a ditaduramilitar no Brasil –, o que se dirá do impac-
to que a imagem pode causar?
O professor Morton, responsável pelo Projeto Cine Legis do curso em di-
reito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, atesta que flmes
podem ser um atraente material didático tanto para o estudo de casos, por
exemplo, com base em situações retratadas em flmes, quanto para ajudar
a entender as “vicissitudes, afições, frustrações e glórias dos profssionais
do direito”, para ter uma “melhor compreensão dos papéis de cada um de
seus atores e, mesmo, para criar ou reforçar a responsabilidade de cada ci-
dadão na construção do direito e dos caminhos da justiça”.
No entanto, há que se ter emmente que flmes reportamumenredo fctício,
e que mesmo documentários mostram apenas alguns lados de determina-
da questão, sem falar nos personagens que ou aportam as melhores quali-
dades ou possuem os piores vícios, caindo-se num maniqueísmo que, nas
palavras do estudioso, “não coincide coma realidade, habitada por pessoas
de personalidade verdadeiramente complexa e recheada por atributos tan-
to admiráveis quanto repulsivos”.
A Portaria MEC n. 1.886/94, que tratou dos cursos jurídicos do país, deixou
clara a importância de currículos que promovam a conexão do ensino de di-
reito com atividades de pesquisa e extensão. Assim, estando-se atento para
as limitações antes mencionadas, não há dúvida de que a exploração de ma-
teriais cinematográfcos nos cursos de direito pode gerar esse “casamento”
fundamental na formação de nossos juristas.
Por último, o professor Morton dá a dica: não basta apenas exibir flmes em
sala de aula; “antes, impõe-se uma meticulosa análise de sua utilização, que
passa pela seleção de flmes, organização de debates em grupos em torno
dos temas neles tratados e, principalmente, pelo acompanhamento de re-
ferencial teórico robusto e esclarecedor”. Por mais desenvolvida que esteja
a tecnologia, não há que se abrir mão dos textos escritos. Afnal, sublinha o
jurista, “até os bons flmes somente são urdidos a partir de bons roteiros”.
Serviço:
A Revista Bonijuris é uma publicação mensal da área jurídica e não é
vendida em bancas de jornais. Pode ser adquirida pelo telefone 0800-645-4020
ou pelo site
www.bonijuris.com.br
.
Professor Morton Luiz Faria de
Medeiros
Divulgação