Edson Vidal

O Mentiroso do Ano!

Tem pessoas que não sabem nada de dignidade e respeito pessoal; parece que perambulam pela vida sem nunca ter deparado com o código ético que nasce com a pessoa humana. É elementar que desde cedo as pessoas conseguem discernir o que é certo e o que é errado, diferenciar o justo do injusto e o que é verdade e o que é mentira.

E mais: além de fazer parte da natureza humana em que sozinhos temos consciência dessas diferenças, a família também contribuiu para distinguir esses opostos. Não é crível aceitar de uma pessoa normal que ela ignore essas regras elementares que nos diferenciam dos animais irracionais.

Em outras palavras: ninguém é besta, embora muitos queiram dar o atestado de besta para si ou para os outros. Explico melhor. Li ontem no Jornal  “Agora” de São Paulo (p. A-14) que o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, aquele mesmo que foi filmado na rua, segurando uma mala de dinheiro, braço direito do Temer e encarregado descumprir missões “espinhosas” para o seu chefe, quando prestou depoimento em um inquérito que apura falcatruas no Porto de Santos, disse a frase do ano que iniciou há poucos dias atrás: “não tenho relações de amizade com o Presidente”.

Mostrei o jornal para o Tupinambá, meu amigo da Torcida dos Fanáticos do Atlético e ele apenas sussurraram baixinho:
- $&@?!

Depois, num gesto teatral, olhou para o alto e gritou:


- Meu Deus, quanta estultice!

Eu me limitei apenas em pensar comigo mesmo, como pode o Loures fazer esta declaração? Logo ele que exerce um cargo comissionado dentro do gabinete do Presidente? Ora, todos sabem que esses cargos são concedidos às pessoas dá mais estrita confiança do governante, pois participam da intimidade do gabinete e cumprem tarefas específicas.

Ninguém que não goze dá mais estreita amizade com o detentor do Poder é capaz de ser ungido a esses postos de confiança. Ou não é verdade? Basta raciocinar e se colocar no lugar do Temer ou de qualquer outra autoridade para saber se nomearia um estranho para compartilhar do dia a dia de trabalho.

É claro que ninguém se arriscaria em compartilhar os “segredos de Estado” com um desconhecido. Como pode o Rocha Loures declarar que não mantinha relações de amizade com o Presidente? Logo ele que ora fazia às vezes de “papagaio de pirata” e outras de “pombo correio”? O sujeito perdeu totalmente o senso do ridículo.

Se a sua intenção futura é eximir a responsabilidade do Temer de ser o destinatário da mala de dinheiro, poderia dizer que era seu amigo, gozava da sua irrestrita confiança, mas que seu “chefe” nada sabia da mala.

Mas da maneira como se expressou, escondendo a verdade sobre a amizade com o Presidente, soa como uma deslavada mentira e deixa a certeza de que seu “amigo do peito” tinha conhecimento do conteúdo da mala. Quem mente não goza de credibilidade quando nega a existência de um fato.

- Vá mentir assim na $&@!

Foi o derradeiro desabafo do Tupinambá!

É o que eu também acho, sem tirar uma só palavra do meu desbocado amigo...

“Tem mentira tão deslavada que é incapaz de esconder a verdade. Privar da intimidade de alguém sem ter amizade é o mesmo que casar com a sogra!”
Edson Vidal Pinto

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