Edson Vidal

Ah! O Jalapão!

Viajando e aprendendo. Quando sai de casa para viajar à Palmas - Capital do Estado de Tocantins, minha esposa me pediu que no avião eu pedisse a aeromoça que colocasse meu paletó do termo, no cabide do armário da aeronave.

E depois, com um jeitinho todo especial, me pediu que eu comprasse um colar de joias semipreciosas extraída do garimpo do Jalapão. Tudo bem faço tudo para agradar e graças a Deus nunca me arrependi em atender seus pedidos. Nem bem entrei no avião solicitei para a comissária se poderia ter a gentileza de pendurar meu paletó no armário.

Ela deu uma risadinha e respondeu que o armário não existe mais, ele abriu espaço para novas poltronas. Claro, pensei com meus botões, por isso os passageiros viajam cada vez mais apertados. Qualquer dia vão tirar os banheiros da aeronave e oferecer penicos para os viajantes possam se aliviar. Sobre minha viagem aérea já relatei anteriormente em outra crônica.

Desde segunda-feira estou em Palmas. Nas idas e vindas do hotel até a Escola da Magistratura fui indagando ao motorista que me atende onde fica o Jalapão. Ele respondeu que sua localização central fica duzentos quilômetros da Capital, localizado no sudoeste do estado. Conversa vai e conversa vem, fiquei sabendo que toda a área do Jalapão compreende seis municípios e a atração turística é um belo rio subterrâneo.

Na parte visível tem um poço chamado de fervedouro, lugar onde a pessoa consegue nadar normalmente, mas não afunda, pelo Jato de água e gases que brota do fundo. Achei interessante.

E sem esquecer-se do pedido de minha mulher, quis saber do garimpo:
- Garimpo? No Jalapão?

Não existe garimpo nenhum nessa região e nem no estado!
-Mas na novela da Globo que está sendo rodada no Jalapão, existe garimpo!
- Ah! Entendi (respondeu o motorista). O garimpo da novela é de mentirinha...

Pensei comigo: esses autores de novela são mesmos criativos por colocarem joias semipreciosas onde não existem. Fiquei calado. Às vezes também fujo da realidade para escrever algumas crônicas, que são frutos exclusivos da minha imaginação.

Foi o caso da minha viagem aérea sentado no “meio” de dois garimpeiros. De verdade mesmo é que a pulseira solicitada com pedras do Jalapão,  virou purpurina...

“A dramaturgia brinca com o imaginário e mexe com a ilusão humana. Quase comprei um colar de joias semi-preciosas do garimpo do Jalapão. A Rede Globo conseguiu frustrar minha compra”.
Edson Vidal Pinto

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