Confraria dos Ungidos.
Tem uma cantiga de roda que diz: “Vamos fazer a festa juntos, mata tirotirorô” -, hoje as crianças nem conhecem e nem brincam mais de “roda”que ficou de lado porque a infância tem outra conotação, pois a modernidade tirou a doçura de uma época mais feliz da vida dos seres humanos. Começou com a televisão que atraiu a atenção dos pequenos, depois os jogos eletrônicos e o erotismo insano que tomou conta de professores, para ensinar em salas de aulas o que não lhes compete. A “roda” de ontem , no entanto, sentou praça no STF onde seus inquilinos, de mãos dadas e cantarolando a musiquinha referida, batem o pezinho no chão e rodopiam freneticamente numa. alegria sem igual. São só onze dessas pessoas que podem participar da euforia de ter um cargo publico vitalício, com direito a todos os tipos de “artes”, sem a mínima inibição e nem freios, pois tem nas mãos a Lei que interpretam de acordo com a cara de cada freguês. Este nós vamos absolver porque é nosso amigo do peito; mas este que é do contra nós vamos condenar. E neste ritmo a musiquinha é entoada com maior ou menor tonalidade sempre dependendo da ocasião. O STF do petismo para cá tornou-se uma confraria de ungidos, pois só ingressam na “roda” quem for o bacharel mais amigo e subalterno do Chefe. Os títulos acadêmicos até que as vezes são levados em conta para justificar a indicação do escolhido, embora os Tribunais não sejam os lugares mais apropriados para os que ostentam tais títulos e, sim, as Escolas de Nível Superior onde podem lecionar para estudantes sequiosos em aprender. Os Tribunais são reservados para os vocacionados, operadores do Direito e profissionais de condutas ilibadas e éticas, que façam da força do trabalho a causa para servir a Justiça. É claro que os Mestres, Doutores e Pós-Doutores podem ter assentos no Colegiado, contudo, sem perder de vistas que a tarefa que lhes incumbe é prestar a jurisdição sem a soberba professoral. E que o trabalho no Judiciário não é “bico”, pois este deve ser o único cargo no Magistério Superior que pretendam lecionar.
E como a escolha do ungido não obedece as condições pessoais exigidas do indicado pela Constituição Federal ; e nem o Senado Federal leva a sério a sabatina de que o mesmo deve ser submetido, a nomeação não passa de uma farsa e por isto falta credibilidade àqueles que ostentam a Toga e tomam assento na Suprema Corte do país. Ou alguém de sã consciência acha que o advogado Cristiano Zanin Martins, um piracicabano que defendeu o descondenado que o indicou para entrar na “roda”, possa ter respeitabilidade e confiabilidade de que vai julgar apenas nos estritos limites da lei ? Claro que não, na primeira oportunidade que tiver vai mostrar, para quem não acredita, o porquê foi escolhido para ingressar na Confraria dos ungidos. E assim cada vez mais se deteriora o prestígio e a história do Poder Judiciário brasileiro, mergulhado no ativismo político e com decisões esdrúxulas que põe a pique a segurança jurídica. Esta a triste realidade, nua e crua, do panorama de um país sem lei onde os piores traficantes e bandidos estão sendo beneficiados por uma jurisprudência dirigida e perniciosa à sociedade.
E o Direito Penal perde a força não apenas pela inércia do Ministério Público no combate efetivo a criminalidade, como, também, pela brandura de decisões que, como dito, favorece cada dia mais os agentes do crime. E pensar que agora o Zanin, um criminalista que defendeu sem sucesso o seu principal cliente pois este só foi “descondenado” no âmbito da Confraria, vai vestir a Toga porque foi mais um ungido do que um jurista de escol
que mereceria ocupar o seu lugar, se aquele que pode indicar tivesse mesmo a intenção de nomear um Magistrado de verdade…
“A indicação do dr. Zanin para o STF foi um deboche e um tapa na cara na Sociedade brasileira. Pois ele será mais um teleguiado do Luiz Ignácio para perseguir seus inimigos.
E aplicar a Justiça que é bom, apenas para os amigos mais chegados, e eventualmente para os jurisdicionados que não atrapalhem a trajetória do Chefe.”