A Dor da Perda.
Estou sem nenhuma inspiração e nem tenho vontade de escrever minha crônica diária, pois está me faltando ânimo; ontem o meu velho corpo ficou pesado demais como se eu tivesse suportado em meus ombros um fardo de lembranças. Não sei nem como descrever o meu estado de espírito por ter perdido um amigo muito querido, um homem reconhecidamente bom, um marido exemplar, um pai amoroso, um avô como poucos e um cidadão decente. Empresário bem sucedido, fez da arte do comércio um apostolado de vida, seguindo os passos de seu pai um imigrante austríaco que escolheu Curitiba para morar. Ontem faleceu o Mário Glaser, pai de minha querida nora Bianca Emanuelle casada com meu filho mais velho Luiz Gustavo, depois de ser acometido por mais de dez anos com problemas de saúde decorrente de um atropelamento de jetski, quando nadava na praia de Caiobá. Daí em diante dores continuas o acompanharam porém ele não deixou um só dia de trabalhar em sua empresa a “Glaser Presentes” na mesma rua Comendador Araújo onde funciona há 138 anos sem interrupção. Um patrimônio do comércio curitibano. Nos últimos dois anos, com as dores se agravando, foi devidamente assistido por médico e sujeitou-se ao tratamento que lhe fora recomendado. Na última quarta-feira, foi internado no Hospital Nossa Senhora das Graças porque estava debilitado e com dores mais fortes. Em dois dias foi diagnosticado que estava com doença muito grave. A família foi surpreendida com a notícia. E faleceu ontem. Ele deixou um legado muito grande porque foi um trabalhador incansável, um empreendedor, tendo sido reconhecido pela Associação Comercial do Paraná como empresário do ano e lhe foi conferido o título de Comendador. Ele e a esposa Niroá viajaram pelo mundo todo, nunca ostentaram nada e primaram pela simplicidade. Há mais de vinte anos festejamos juntos o Natal em família, com muita harmonia, também viajamos e desfrutamos de momentos inesquecíveis. Com certeza ele fará falta, mas jamais será esquecido. Afinal, para quem só plantou o amor e soube cultiva-lo com esmero, sempre viverá no coração daqueles que tiveram o privilégio de ter desfrutado de sua amizade…
“A morte não é e nunca será o fim; mas o começo. Claro que vamos sentir sempre a dor da perda, quando nos falta quem um dia agasalhamos no coração. A saudades será perene e as lembranças dos momentos um bálsamo para nossa alma.”