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A desembargadora Regina Helena Afonso de Oliveira Portes disse que o ingresso cada
vez maior da mulher no mercado de trabalho é uma situação irreversível e isso, na sua
opinião, vai evoluir muito. “Sinto isso na magistratura. No primeiro grau, 50% dos magis-
trados são mulheres. Brevemente teremos mais desembargadoras do que desembarga-
dores. Os concursos públicos mostram que o desequilíbrio está desaparecendo. A discri-
minação é de origem biológica. Existe uma desigualdade fática entre os sexos, mas não
jurídica”, afrmou.
Regina Macedo Nery Ferrari destacou que proibir a discriminação por meio de norma
não basta. É preciso criar estratégias e ações afrmativas para acelerar o processo de re-
conhecimento da igualdade. “Termos uma comissão de mulheres advogadas é uma ação
afrmativa, que deve ser apenas temporária e deve deixar de existir assim que o nosso
objetivo for conquistado. Precisamos eliminar a discriminação e não a diferença. Num
estado democrático, isso representa o exercício dos direitos humanos com igualdade de
condições”, disse.
Margaret Grof conta que a Itaipu pode ser considerada uma referência na questão da
equidade de gênero, e, segundo ela, hoje muitas empresas paranaenses também estão en-
tendendo a importância de ter as mulheres em seus quadros de gerência e direção. “A
cultura tem que ser mudada, é necessário buscar um equilíbrio entre a questão pessoal e
profssional. Não temos que ser igual, temos que ser do nosso jeito e buscar o equilíbrio”,
ressaltou. Margaret Grof observou que a OAB é uma associação de muitas mulheres e tem
uma capacidade enorme de permear. “É se engajando nesse processo de desenvolvimento
pela causa que conseguiremos fazer a mudança”, destacou.
Margaret Grof
Regina Portes
Melissa Folmann
Fonte: OAB Paraná