Edson Vidal

Problemas de Família.

Tenho uma querida amiga que sempre diz: “Unidade e alegria familiar só em quadro de fotografia emoldurada sobre um móvel da sala”. E não é exagero porque no clã familiar apesar do gene todos  que o compõem é individualmente constituído de índoles e comportamentos diversos. Nem em festa os participantes estão plenamente antenados e participativos. É o gênero humano. Não existe família sem problemas; umas mais e outras menos, porém as preocupações dos pais são rotineiras.

Quando pequenos os filhos exigem atenção e carinho, todo o cuidado é pouco para encaminha-los e fazê-los entender que socializar é um aprendizado que não tem fim. Que o respeito para com os outros é prova de civilidade e ter paciência é um apostolado que enobrece o caráter.

E quando adultos os filhos buscam percorrer seus próprios caminhos, alguns com prudência e bom senso e outros nem tanto. Pois cada um escolhe por livre arbítrio com quem e como vai constituir a sua própria família, bem como optar pelo que seja melhor para si e seus futuros dependentes. É a fase dos  sonhos, esperanças e expectativas de realizações.

E daí em diante os pais são meros espectadores que ficam de joelhos rezando pela felicidade de seus rebentos e de suas famílias. Vale dizer sem errar: que um filho ou uma filha depois que nasce são preocupações para toda vida. Nas trilhas de cada um deles surgem imprevistos e desamor com consequências que fazem os pais retomarem  a importância de seus papéis originários no contexto familiar. 

Quer seja uma doença ou uma separação, não importa o infortúnio do acontecido, um neto ou uma neta com desvio de conduta, crise financeira ou um projeto frustrado, tudo isto volta como uma onda de tsunami sobre a ilha em que vivem os pais. Estes deixam então de viver e usufruir suas vidas para absorver os problemas daqueles que são frutos de seus amores.

O cordão umbilical que une a mãe ao filho ou a filha e as preocupações do pai como provedor, são sentimentos que reascendem na busca frenética de uma solução menos traumática para os filhos. Enquanto o epílogo não vem os pais rezam cada vez mais e pedem ao Senhor dos Mundos uma luz que possa solucionar tão aflitivo impasse E enquanto dias melhores não chegam à mãe chora escondida e o pai finge suportar calada a dor que lhe corrói a alma. E porque me preocupo tanto em escrever sobre este tema tão aflitivo e árido? Porque pela porta da frente de nossa casa  não entra apenas bons fluidos de felicidade; também chega de mansinho a dor inesperada das dificuldades e dos imprevistos que Deus coloca em nossos ombros como fardos para carregar.

E quando o problema envolve um filho ou uma filha parece que nos tornamos impotentes e temos vontade de extravasar nossa angústia gritando alto para todo mundo ouvir. É que na maioria das  vezes nos esquecemos de olhar para trás e para os lados, dos que precisam de apoio e compreensão. E não precisa muito: um ombro amigo, um aperto de mãos, palavras de carinho e um simples olhar às vezes são  tudo que falta para nos devolver a serenidade, o bom senso e a alegria de viver...

“Os pais querem o melhor para os filhos. E quando ocorre um imprevisto o mundo familiar parece ruir. Mas o tempo cura e reconstrói os sonhos. Só fica no chão quem errou e quer continuar errando!”
Edson Vidal Pinto

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