Um Jovem Nonagenário.
É muito bom quando colegas de Toga aposentados se reúnem uma vez por mês para almoçar no restaurante “Anna & Anna” do Hotel Mércuri, num harmonioso congraçamento e porque das conversas são lembrados fatos que fizeram a história da Magistratura de ontem e que continua sendo escrita pela nova geração de Juízes de hoje.
Para todos os veteranos o Tribunal de Justiça é o mesmo e não falta juras de amor à Justiça. A reunião sempre presidida com lhaneza pelo des. Silva Wolf agrega os desembargadores e tem um brilho especial quando está presente a figura sempre marcante do des. Luiz Renato Pedroso, que nestas ocasiões brinda a todos com sua conhecida oratória e privilegiada cultura. Ele que foi ex-presidente do Tribunal e prestou relevantes serviços ao Estado do Paraná continua espargindo jovialidade e otimismo do alto de seus noventa e um anos de idade.
O almoço na verdade é um pretexto, pois a intenção é propiciar o reencontro de velhos amigos, cada qual com passagens marcantes na atividade profissional da judicatura. Também estavam presentes dois outros ex-presidentes da Corte, des. Tadeu Costa e des. Celso Macedo, que marcaram suas gestões com episódios significativos para o Poder Judiciário. O primeiro pela unificação do Tribunal de Alçada ao Tribunal de Justiça; e o segundo por ter conseguido adequar o repasse de verbas do Tesouro às necessidades Institucionais.
Claro que não vou nominar todos os presentes, porém não posso deixar de registrar as presenças amigas dos irmãos e também desembargadores Luiz César e Ruy Fernando de Oliveira, que na última terça-feira reviveram com seus três outros companheiros de quinteto o reencontro do inesquecível conjunto vocal Os Calouros do Ritmo”.
E até hoje eles marcaram uma geração de pessoas que não esquecem de suas apresentações públicas na TV e rádios da capital. E sentado bem na minha frente, da mesa de refeição, estava o conceituado des. Sérgio Arenhardt, meu contemporâneo de faculdade e que foi 1o. Vice-Presidente do TJ.
Ele que retornou de recente viagem de cruzeiro contou a tensão a bordo do navio quando este navegou pela Costa da Somália, quando a noite foram apagadas as luzes externas para não atrair a atenção de piratas. A narrativa empolgou todos que a ouviram, inclusive o des. Walter Borges Carneiro, que estava sentado ao seu lado.
Eu surpreendi o juiz Jamil Lourenço, também aposentado, convidado para o almoço, quando ele sem me conhecer me ouviu contar episódios de sua adolescência, quando ele jogava futebol no pátio do Engenho de Erva Mate da rua Marechal Floriano Peixoto, trecho entre a r. André de Barros e Av. Visconde de Guarapuava.
Lembrei que foi nos idos de 1.950 do Século Passado. Na época eu era menino e brincava no pátio da ervateira onde era a casa do meu tio Alfredo Ribeiro, administrador da empresa. Enfim, foi mais um almoço inesquecível e de cardápio variado, pois as esposas presentes foram homenageadas pela data significativa do dia das mães a ser comemorada amanhã. Quem não pode ir com certeza perdeu a oportunidades de conviver com antigos colegas e jogar conversa fora. Mas para tudo sem solução: no próximo mês, no mesmo lugar e horário já está marcado um novo reencontro. E com certeza será ainda melhor...
“Conviver com amigos e colegas de profissão depois de tantos anos de trincheira é motivo ímpar. O prêmio da aposentadoria é poder usufruir destes momentos e resgatar da memória fatos de um cenário vivenciado por quase todos. Os episódios vividos são diferentes, só a Toga é a mesma!”
Edson Vidal Pinto