Falta de Educação!
Não, não é choque de gerações pois educação deve ser sinônimo de respeito e serve para qualquer ocasião. No convívio social entre pessoas humanas deveria ser elementar o bom tratamento dispensado como demonstração mínima de civilidade e solidariedade.
Porém ao que parece tratar o próximo com fidalguia e respeito está em desuso, caiu no esquecimento para a maioria das pessoas. Vivemos em um cenário em que ninguém respeita ninguém, as palavras “senhor” e “senhora” não existem mais no dicionário dos mais jovens, os pais não ensinam, os professores são tolerantes e no dia a dia o tratamento “você” foi assimilado sem ser aceito.
Seja criança, adolescente, adulto ou idoso todos estão no mesmo patamar de igualdade -, daí igual importância é dada dentro e fora da família. Não existe hierarquia e nem se valoriza o mais ou menos experiente no trato com a vida. Todos estão na mesma vala comum.
E reprimenda nem pensar; os pais não têm o direito de dar uma pequena tapa no dorso da mão ou no traseiro de um filho ou de uma filha menor, pois o Estado pune. O professor se puxar a orelha de um aluno ou arremessar um giz na sua direção terá que enfrentar a ira dos pais e a censura da sociedade. Nas faculdades os alunos se comportam como querem, não pedem “licença” para sair da sala de aula e exigem seus direitos de pensarem em voz alta.
E quando adultos a grosseria e falta de modos faz parte da convivência social e familiar. Claro que tem exceções, poucas, mas têm. Dias atrás tive um acidente caseiro e fui ao Hospital Santa Cruz para ser atendido no setor de emergência médica. Na sala de espera tem cadeiras em número insuficiente para atender a demanda rotativa dos pacientes e seus acompanhantes.
E quando me aproximei uma senhora, que depois vi que era acompanhante, me ofereceu o lugar para sentar. Aliás, eu não tinha este propósito, até porque o ferimento no meu pé apesar de estar sangrando muito, não se comparava com o das outras pessoas.
Mesmo assim, não perdi a oportunidade e falei em voz alta:
- Não, muito obrigado, agradeço a sua gentileza.
Vejo sentados vários acompanhantes, todos jovens adultos que com certeza, por educação, vai me oferecer o seu lugar!
Foi como se eu tivesse pregando no deserto, pois os homens presentes fingiram que nem ouviram e fixaram os olhos na TV.
Fiquei com cara de vão de cerca, transparente, mas repeti mais alto o que eu havia falado. E ninguém deu a mínima. Fiquei em pé e com cara de tacho. Esta é a triste realidade de um país em que metade da população só enxerga o próprio umbigo e a outra metade que incomodada não ousa bater na mesa e exigir respeito.
Estamos caindo para bem fundo do brejo, como querem os que não se importam com um futuro próspero e radiante, porque lhes interessa mesmo é alcançar a “igualdade” em todos os níveis etários. Estamos ao que parece evoluindo, caminhando a passos largos para nos tornarmos trogloditas dentro de nossa própria aldeia...
“Palavrão proferido em qualquer lugar e sem se importar quem possa estar ouvindo; grosseria nos modos e no tratamento inconsequente, é formula ao que parece perfeita para demonstrar que os seres humanos estão estagiando para viver em jaulas, longe da civilização e dos animais selvagens!”
Edson Vidal Pinto