(Meu Personagem Lembrado.)
Eu nunca exerci a advocacia, contudo sempre tive o maior respeito e apreço pela profissão do advogado, principalmente daqueles que vivem exclusivamente dos honorários contratados para sustentar a família. Sei avaliar o quão difícil é o exercício diário destes profissionais do Direito que se vinculam aos seus clientes e enfrentam com paciência e destemor a morosa máquina Judiciária com todos os seus ranços e entraves.
Nem como Procurador de Justiça e muito menos como Magistrado deixei uma só vez de atender prontamente e dar a respeitosa atenção quando procurado pelos mesmos em meu gabinete.
Sempre levei em conta que o tempo é precioso para o prestador de serviços, além do mais nunca cerceei o direito que o advogado tem de falar com o Juiz que é o responsável por julgar a causa de seu cliente. E na minha vida de profissional da Justiça de quase cinquenta anos (1.968/2.015) tive o especial privilégio de conhecer e trabalhar com advogados de nomeada, juristas na acepção do termo.
Cito alguns nomes dentre tantos outros: Eduardo Rocha Virmond, Wagner Brussulo Pacheco, Mauro Viotto, Cleverson Marinho Teixeira, Hélio Narezi, Egas Moniz de Aragão, Altino Portugal Soares Pereira, Dallio Zippin, Rene Ariel Dotti e Newton de Sisti. É pena que este espaço seja tão pequeno e não permita nominar todos àqueles que honram a advocacia paranaense.
Eu fiz este introito para lembrar-se do meu personagem inesquecível, que fez da profissão de advogado um apostolado e meio para respeitar e ser respeitado por seus colegas de beca e amigos. Foi um homem respeitoso com todos que o cercavam, atuava sozinho, sempre usando terno e gravata segurava em uma das mãos a pasta de couro que carregava processos e era visto na rua, no fórum ou no Tribunal com o mesmo sorriso nos lábios.
No exercício funcional nunca brincou e nem se descurou de exercer seu múnus com brilhantes atuações. Eu o conheci quando nos anos oitenta fui designado pelo Procurador Geral de Justiça para compor pela primeira vez a banca de concurso público de Ingresso na Carreira do Ministério Público, tendo ele também sido designado como membro da mesma, pela Seccional da OAB. Naquela tarefa eu aprendi a admirá-lo e respeitá-lo.
Suas questões para as provas escritas foram todas elas pertinentes e propiciava aos candidatos desenvolverem seus conhecimentos; e na prova oral as perguntas que formulava era própria de um conhecedor profundo do Direito. E sua fina educação foi um deleite para todos.
Este era o Dr. Alyr Ratacheski, um advogado honrado e um exemplo que merecia ser seguido. Ele foi tão ético que no exercício profissional com atuação no Tribunal de Justiça quando encaminhava o “Memorial” em nome de seu cliente para o Relator (peça escrita contendo o resumo do fato e do Direito da causa em julgamento), nunca deixava de encaminhar cópia do mesmo ao advogado da parte ex-adversa. Este era o seu jeito respeitoso e ético de advogar.
E mesmo com a idade avançada ele continuou exercendo a profissão que abraçou com muito amor; e quando foi morar entre as estrelas deixou uma legião de amigos e imorredouras saudades...
“Uns homens se diferenciam de outros pela educação e respeito que têm pelo próximo. Quem conheceu o advogado Dr. Alyr Ratacheski, sabe muito bem do quê estou escrevendo. Além de tudo ele honrou com sua trajetória profissional à Justiça, do qual serviu por toda a vida!”
Edson Vidal Pinto