Edson Vidal

Chocolate Nosso de Cada Dia.

Quem não gosta de chocolate, não é mesmo?

Ah, só de pensar na tradicional loja da “kopenhagen” da rua XV de Novembro quando vendia carteira de cigarros de chocolate “Garoto” (que hoje com certeza seria proibido por despertar nas crianças o vício de fumar); vendia também os charutos de chocolate (cuja venda hoje seria crime inafiançável); e os revólveres de chocolate (que daria para as vendedoras prisão perpétua); e o maior xodó eram as famosas caixas da “Sinhá Moça” (hoje com o nome de “Nha Benta”); e para variar um pouco, tinham aqueles que só entravam para comprar as balas de goma, dura, que demorava quinze minutos para dissolver na boca. Estas não existem mais.

E quem se lembra do  “Chocolates Basgal” da Praça Tiradentes  com mil tipos de chocolates para todos os gostos? E tinha também a ”loja Icab”, da rua XV que vendia bombons e barras de chocolate, sendo o  preferido à bola de chocolate com licor e cereja (hoje a loja está localizada na frente do Castelo do Batel).

Lembro-me destes pontos de venda de chocolate de Curitiba do meado do século passado. E com hábitos e costumes diferentes não era nada fácil para as crianças ganharem chocolates, estes eram reservados mais para o período da Páscoa e fora disto só esporadicamente. 

Mas com o passar dos anos surgiram nos bares e mercearias às vendas dos “dadinhos da Dizioli”, quadradinhos de chocolate de cor mais para creme, que vendidos em unidades faziam a alegria dos colegiais. E com o pull dos Supermercados começaram as vendas de caixas contendo os  tabletes de chocolate Bis, da Lacta, que popularizou de vez o chocolate no país.

E de repente a terra de Curitiba de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, rotulo preferido do nosso Alcaide para denominar a cidade, foi atraída pela espiral do progresso e surgiram dezenas de novas lojas de vendas de chocolates com muitas delas de fabricação artesanal.

E uma melhor do que a outra. Acho difícil alguém não gostar de chocolate e principalmente comer um fora do período Pascal; e tem muitos adultos que escondem no melhor esconderijo da casa alguns destes tesouros para comerem longe das crianças.

Eu conheço algumas destas pessoas e sinto pena de seus rebentos. Não declino seus nomes para não me incriminar. E como os meus filhos são adultos, se cometi algum pecado escondendo uma só barrinha de chocolate, tenho certeza que o crime da gula já está prescrito. Portanto, estou inocente!

Puxa, só de escrever sobre o chocolate já estou salivando e como estou sozinho em casa vou até meu esconderijo apanhar um “Sonho de Valsa”.
- Esconderijo? - falou a voz de minha consciência.

E quando me dei conta, respondi com dor no coração e a alma pesada:
- Claro, sabe como é os meus netos também adoram chocolate!...

“Chocolate é bom demais: ele dá ânimo, força e torna a vida mais feliz. Não tem quem não goste. Claro às vezes ele dá espinhas no rosto, causa obesidade, urticária e enjoo. Nada que um bom médico ou uma operação bariátrica não resolva. O que é de gosto é regalo da vida!” 
Edson Vidal Pinto

Atenção: As opiniões dos nossos colunistas, não expressam necessáriamente as opiniões da Revista Ações Legais.