Edson Vidal

Você Viu o Gilmar por aí?

E pensar que há mais de dois mil anos atrás, quando o filósofo grego Diógenes de Sinope caminhava pelas ruas da cidade de Atenas em pleno dia com uma lanterna acesa, perguntaram a razão para tal atitude, ele respondeu:
- Estou à procura de um homem honesto!

Sem duvida Diógenes levou ao extremo os preceitos de seu mestre Antístenes, o fundador da “Escola Cínica”, pois ninguém mais do ele entre os mais famosos filósofos desprezava a opinião pública e encarava a vida, senão de acordo com seus próprios conceitos. Foi um ótimo exemplo de pessoa cínica.

E daqueles tempos até hoje a civilização entrou em um processo de evolução onde os seres humanos conseguiram se impor entre as demais espécies; lutando entre si e vencendo todos os estágios de sua própria história.

Apesar da modernidade e evolução tecnológica a sociedade humana tem muito do Cinismo criado por Antístenes, pois os que vivem no oásis da fartura procuram ignorar aqueles que dela são excluídos.

Existe cinismo maior? Tem indivíduos que são do contra e pregam a divisão de classes sociais por pura ideologia sem pé e nem cabeça. Típico modelo de cinismo cultural. E o que não dizer daqueles que só aceitam suas próprias opiniões e atitudes? Estes querem ser os donos da verdade e não aceitam críticas. São os supra sumos do cinismo.

E por lembrar destes: vocês viram Gilmar por aí? É aquele mesmo, que se ufana do cargo que têm, promove cursos em Portugal e não dá ouvidos à  opinião pública por entender que o Julgador não pode sofrer influências de jurisdicionados. Pode? Para o próprio: pode! Será que ele mudou do país? Sim, porque ninguém mais fala dele e nem de seus pares do areópago.

Estou preocupado: o que será que aconteceu com esta turma? Não dão mais opiniões açodadas para a imprensa e nem comentam publicamente os processos que estão “sub  Júdice”? Meu Deus, o que será que aconteceu? Não, não que eu queira ouvir pela mídia o que eles dizem e fazem, não, absolutamente: não! É que eles quando não se pronunciam me falta assunto para escrever, igualzinho como era no bom tempo da impagável Dilma.

Esta era um poço de sabedoria do Mobral, principalmente quando tentava elucidar algum enigma para petistas de plantão. Aquela de querer estocar  o vento é “antológica” -, isto mesmo, para ela é.

E agora o Gilmar sumiu, pois não nos está brindado mais com suas “pérolas” e rabugices. Estou propenso a viajar até Brasília e lá com uma lanterna acesa nas mãos, perguntar nas ruas e praças: 
- Alguém viu o Gilmar por aí? 

Mesmo que depois me digam que eu sou mais um discípulo do Antístenes...

“Tem figuras públicas tão cínicas e dissimuladas que quando não são citadas na Mídia deixam um vácuo profundo de saudades. É o caso do Gilmar e de seus pares. Eles alegram a tristeza de qualquer jurisdicionado, quando falam e agem sem medir consequências!”
Edson Vidal Pinto

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