Edson Vidal

Na Terra do Rio Poti.

Teresina é o município mais populoso (quase oitocentos mil habitantes) e Capital do Estado do Piauí, a única do Nordeste que não está localizada na margem do oceano Atlântico.

O governador é do PT e segundo notícias do jornal local (até aqui tem jornal!) ele está em Curitiba para receber orientações do LuLa. Pelo visto a prisão do molusco é só para inglês ver, pois ele recebe visitas diariamente e vive no melhor conforto. Só falta fumar charuto e tomar “aquela” pinguinha. Preso assim como ele só no Brasil, infelizmente.

O calor por aqui é sufocante e nesta época do ano ultrapassa os trinta graus sem previsão de chuva. A cidade é agradável, limpa e asfaltada e o Prefeito é do PSDB. Não dá para entender o eleitor. Meu dia foi estafante pois das oito da manhã até as dezoito horas me dediquei integralmente ao curso que está sendo ministrado na Escola da Magistratura do Estado do Piauí que a ENFAM (Escola Nacional de Formação de Juízes - do STJ)supervisiona.

Estou hospedado no Hotel Palácio do Rio, localizado no bairro do Jóquei,  há duas quadras do Rio Poti que corta a cidade pelo meio. Cheguei cansado no apartamento e resolvi jantar no restaurante do hotel. Sentei e o garçom com certa malemolência me entregou o cardápio com aparente má vontade.

Depois de escolher o prato fiz um gesto com a mão e ele veio como não quer nada em minha direção. Não tinha mais ninguém no restaurante. Fiz o pedido e ele sem responder nada saiu em direção à porta da cozinha.

Depois voltou e disse:
- Que governo federal péssimo, não é mesmo?

Pelo jeitão do sujeito eu falei de supetão:
- Você é do PT, não é mesmo?
- Sou! - respondeu de pronto. - Este Moro deveria estar na cadeia pelo que ele fez ...
- Por quê? O que você sabe que eu não sei? - Perguntei ríspido e de cara fechada. Ele viu que eu não gostei.
- Essa conversa com o Promotor para condenar o Lula...
- Acho melhor encerrar esta conversa por aqui, pois você não sabe quem é o ministro.

Moro e nem sabe o que foi que ele conversou com o Procurador  pelo telefone.

O garçom me deu as costas e voltou para a cozinha. Minutos depois ele trouxe o prato que eu tinha pedido. Peguei o garfo e pensei dez vezes se iria ou não comer o meu peixe grelhado. Pois me passou na cabeça uma dúvida atroz: será que o petista cuspiu no meu prato? Mas como a fome era maior, fiz uma oração mental e comi a pescada amarela até o fim. Afinal, o que os olhos não veem o coração não sente...

“Sei que em um restaurante a gente nunca pode se indispor contra a opinião do garçom e depois pedir uma refeição para comer; porque ninguém sabe o que ele pode fazer  para se vingar. Agora imagine quando o garçom é um lulapetista militante. Eu resolvi não imaginar, fechei bem os olhos e comi!”
Edson Vidal Pinto

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