Edson Vidal

Certa tarde no Tibete.

São tantas notícias ruins veiculadas pela Imprensa que deixa os brasileiros pessimistas com os rumos do país -, parece que os políticos que estão presos deveriam estar soltos e os que estão soltos deveriam estar presos.

E com a aventada Reforma da Previdência até o Lula é reverenciado como o salvador dos servidores públicos, vez que  nada teria feito para mudar o sistema, pois segundo ele o futuro só a Deus pertence. 

Tem professores que clamam para que os funcionários se filiem ao PT para o bem da Pátria, família, tradição e propriedade. É por estas e outras que minha  têmpera de ferro começou a enferrujar, por isto resolvi viajar para recarregar minhas baterias a fim de poder aguentar os dissabores do cotidiano. E foi assim que fui parar num templo budista lá no Tibete.

Minha sorte que a temperatura no Himalaia estava amena, apenas vinte e dois graus negativos no sol, porém no templo localizado a quatro mil metros de altura o piso onde ficava o monge que me atendeu era aquecido e o ambiente tinha ar condicionado quente.

Contemplei o velho Monge e senti que dele espargia sapiência, serenidade e muito amor para dar. Ele era um homem de estatura média, pele enrugada, cabelos e barbas brancas e aparentava uns oitenta ou mais anos de idade. Fiquei imaginando a sua bagagem e experiência de vida.

Com muito respeito sentei sobre as pernas cruzadas, em forma de xis, bem na sua frente:
- Gafanhoto - disse o Mestre - sente na poltrona que está a sua direita, pois nessa posição suas pernas não aguentarão de câimbras...

Obedeci sem pestanejar, pois meus joelhos já estavam doendo. Curioso e atrevido perguntei: 
- Quantos anos o senhor tem?
- Vinte e três anos, meu filho! Por quê? 
- Não, por nada...
- Aparento toda a minha juventude?
- É...
- Graças ao ar saudável da montanha e o frio gelado que conserva a pele intacta. 

Não quis discordar para não causar um conflito internacional. Fiquei calado.
- Você é brasileiro e de Curitiba, não? - Perguntou o monge. 
- Sim senhor, como descobriu?
- Pelo sotaque quando pediu “pão quente” na cozinha do mosteiro e pela camisa do Paraná Clube!
- Ah! 
- Você veio de tão longe para: 1.- esvaziar o saco; 2.- falar mal do Lula: ou 3.- saber o futuro do Moro?
- Não nenhuma destas opções; seria possível saber sobre as perspectivas do meu país?
- Infelizmente, não! Ninguém se entende no seu país e acha que eu, um simples e jovem monge, posso prever o amanhã? Negativo Gafanhoto, não posso arriscar o meu prestígio de homem sábio sem base de sustentação...
- Pô, então vim de tão longe para nada? Pensei que encontraria respostas para minhas preocupações e só encontrei desculpas!
- Não fique abalado, pois posso afirmar que o Brasil vai vencer o Perú e isto basta para você reencontrar a motivação de querer viver no seu país. Afinal, vocês vivem e respiram o futebol, não é mesmo?
- Foi assim, agora não é mais. Queremos mesmo é ver um Brasil melhor, próspero e confiável.
- Não acha que é querer demais? 
- Como assim?
- Vocês criaram nas urnas o FHC, o Lula, a Dilma e o Temer, não são verdade? 
-?
- E agora querem um milagre? Você veio para o lugar errado, volte para o Brasil e procure o Edir Macedo e seus pastores, pois eles são os únicos que podem dar um “jeito” no seu país! Aqui não é a casa da Mãe Joana e nem da sua sogra...

E assim voltei murcho e desolado, pois fiz uma viagem longa por nada. Putz, só falta mesmo a seleção de o Tite ganhar do Perú!..

“Nem monge ousa dar palpite sobre o futuro do Brasil. São tantos desencontros, corruptos, mentiras, ódios e má vontade daqueles que são do contra, que fica difícil o país sair da crise em que foi metido. Segundo a inteligência amebiana da Maria Louca, só a “Carta de Puebla” pode explicar! ” 
Edson Vidal Pinto

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