Edson Vidal

O Brasileiro e a Nova Previdência.

Está as escancaras que o novo modelo de Previdência proposto pelo governo federal fatalmente se estenderá aos estados e municípios.

A votação expressiva da Emenda Constitucional não deixa margens de duvida de que as linhas mestras então traçadas deverá prevalecer, inclusive com o aval do  Senado Federal. É bom ou ruim?  Eis o xis da questão.

O governo aposta que sem a reforma os atuais e os futuros aposentados não teriam como receber seus proventos, pois o sistema sucumbiria e levaria consigo o país ao caos. Mas com a aprovação da reforma propiciará novos horizontes econômicos e seria um problema a menos a ser equacionado pela sociedade brasileira. 

Tenho dúvidas a respeito porque os problemas decorrentes não foram suficientemente esclarecidos pelo governo e muito menos debatidos com amplitude e serenidade.

O ministro Paulo Guedes quando esteve no parlamento para tentar debater e elucidar pontos cruciais do projeto foi impedido pela oposição, que se limitou mais em ofender e embaralhar os temas colacionados, impedindo esclarecimentos e justificativas pertinentes. Os do contra como sempre prestaram um desserviço ao país.

No pensamento do governo foi anunciado que a adequação pretendida com a nova Previdência resultará na economia aproximada de um trilhão de reais e com isto possibilitará  ao governo ótima margem de segurança e conforto. Ou seja, as aposentadorias estariam salvas e resguardadas. Só o tempo poderá dizer se a projeção feita está certa ou não.

E uma vez aprovada e sancionada as diretrizes da nova Previdência, com certeza deverá resultar em um novo modelo financeiro a ser repensado pelos empregados e funcionários públicos. Por quê? Porque na regra geral os proventos serão fixados em patamar igualitário para todos os futuros aposentados - da iniciativa pública e privada - na faixa mensal de quase seis mil reais.

Ora, como é sabido o brasileiro via de regra gasta mensalmente todo salário, sendo que grande parte gasta muito além do que ganha. Economizar é palavra que consta do dicionário de uma fração mínima de pessoas, porque impera a voz corrente de que o futuro só a Deus pertence.

Daí total falta de previdência. Tanto é verdade que expressiva maioria do povo vive endividada. E com a nova Previdência o empregado ou funcionário terá obrigatoriamente que investir em previdência privada (bancos) para na aposentadoria ter a complementação de seu salário, a fim de suportar os gastos necessários para sua sobrevivência e também de sua família.

Ora, para um povo que não tem controle financeiro algum, será um desafio difícil de ser equacionado. Ou estou errado? Pois quem não pagar o próprio fundo de previdência complementar com certeza nunca poderá se aposentar -, salvo quando a lei obrigar.

Se não estiver equivocado nesta minha análise simplista, tenho para mim que a Nova Previdência quando for sancionada resolverá o problema aflitivo do Governo; mas repassará um grande problema para os futuros aposentados que terão que aprender a poupar para poder ganhar acima do teto da aposentadoria oficial.

E para quem gasta o que não tem, vive acima do que ganha e não pensa em economizar, com certeza terá muitas dores de cabeça...

“A nova Previdência proposta pelo Governo é uma realidade insofismável. Com a sua sanção iminente surgirá um problema de largas proporções para os futuros aposentados. A imperiosa necessidade de investir em um fundo complementar de aposentadoria. E como o brasileiro gasta mais do recebe e não tem o hábito de poupar, reservar dinheiro para investir em previdência privada será um desafio nunca antes imaginado!”
Edson Vidal Pinto

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