Edson Vidal

O Embaixador e o Picareta.

Foi só alguém cogitar na possibilidade do filho do Presidente ser indicado como embaixador nos Estados Unidos, que a imprensa e os do contra se empertigaram para apontar afrontosa prática de nepotismo.

Por quê será? Faz alguma diferença para o povo trabalhador e sofrido que o embaixador tenha que ser de carreira ou alguém sem vínculo consanguíneo com o Chefe da Nação? Afinal não é este que tem de dialogar e estreitar relações com os Chefes de outros governos?  E os mais extremados insistem em apontar que indicação semelhante só é própria nos países ditatoriais.

Em outras palavras: caíram de pau na aventada nomeação. De outro viés a imprensa estrangeira aludiu que a hipótese em comento surgiu de uma ideia do Presidente Trump que gostou de Eduardo Bolsonaro, quando este serviu de intérprete entre seu pai e o mandatário americano.

É de se perguntar: para que mesmo serve um embaixador? E não é preciso muitas luzes e nem purpurinas para elucidar que o embaixador representa politicamente o seu país perante outro, com a missão de estreitar e estabelecer relações amistosas e comerciais no contexto internacional.

Com a tecnologia e a modernidade nas comunicações as embaixadas deveriam ser meras repartições públicas, com reduzido número de servidores e adidos militares, ocupando espaços sem ostentação para evitar despesas suntuosas ao erário público. Pois na atualidade é corriqueiro que através de um simples telefonema o Chefe de um Estado converse com o outro sem a necessidade de dispor de uma intermediação faraônica. Esta é a realidade e pensar de forma diversa parece querer prestigiar a ostentação e o desperdício.

Alguém um dia se perguntou quantos funcionários da Chancelaria, militares e policiais federais ficam à disposição em cada embaixada? E o custo total deste aparato? Pois é, mas agora pela simples cogitação de ser indicado o filho do Presidente para ser embaixador nos  Estados  Unidos foi inaugurada na mídia uma celeuma nacional criticando a pseuda indicação, mas sem levar em conta o interesse efetivo que poderia resultar se a escolha fosse concretizada.

Neste aborde de desperdício vale lembrar que a embaixada brasileira na Santa Sé é um imenso imóvel alugado  na avenida central do Vaticano, área mais cara por metro quadrado do mundo, com inúmeras dependências e dormitórios porém quando a então “presidenta” Dilma viajou para lá em missão  oficial, preferiu ficar hospedada com sua comitiva em um hotel cinco estrelas na cidade de Roma.

O imóvel em questão nada mais é que um velho mausoléu sem justificativa plausível e sustentado pelos contribuintes. De outro prisma se o cargo de embaixador é político se o Presidente indicar o filho para o cargo não caracteriza nepotismo. Este é o entendimento remansoso do STF de que nomeação para cargo político não caracteriza nepotismo.

Portanto não há vedação legal alguma para a nomeação até aqui cogitada. Tudo o mais é blá-blá-blá da imprensa e de cartunistas sequiosos em ridicularizar figuras públicas. Ou seria melhor nomear um picareta esquerdista de carreira ou fora dela para o cargo? 

“Cargo de representação política como o de embaixador que não seja de carreira, quando recai na pessoa de um parente do Presidente da República, não caracteriza nepotismo. Tema já decidido pelo STF. Então por que criar escândalo para um fato de irrelevância nacional?”
Edson Vidal Pinto

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