É Ótimo Voar Sem Pagar!
Para muitos assumir cargo de relevo no ofício público, seja por eleição ou comissionamento, desperta no marinheiro de primeira viagem e nos velhos lobos do mar o desejo permanente de viajar para qualquer lugar do planeta.
Sim, porque o ofício público é a catapulta de oportunidade para o indivíduo alçar grandes voos sem a necessidade de custear sua própria despesa: pois tudo fica por conta da “viúva”. A “viúva” em questão é o erário público mantido com o suor do trabalho de todos os contribuintes.
Depois de empossado começa a dar cócegas e logo “aparecem” as motivações para o primeiro deslocamento a serviço, uns por absoluta necessidade e outros nem tanto, mas nesta última hipótese delegar nem pensar.
Os políticos através de comissões e convites sempre arrumam pretextos para viajar, de preferência para fora do país. E na volta nunca prestam contas do que fizeram, se é que fizeram alguma coisa importante para o estado ou ao país.
Já o Presidente da República cumpre extensa agenda de viagens nacional e internacional, às vezes até desnecessárias, mas sempre acompanhado de numerosa comitiva de “asponei” e seguranças de luxo.
E no exterior nunca se hospeda nos quartos das embaixadas, pois preferem hotéis e restaurantes de cinco estrelas. Tudo com uso e abuso não fiscalizado do inseparável cartão corporativo. Quase sempre um notório desperdício do dinheiro público.
E os governadores se aninham neste mesmo privilégio seguidos com passos menos vigorosos pelos prefeitos municipais. Guardadas as devidas responsabilidades de cada cargo. E por escrever sobre o tema tenho notado que o jovem governador do Paraná gosta de viagens internacionais, e quem não gosta não é mesmo?
Desta vez ele voou para os Estados Unidos e li num jornaleco aqui da Vila de Nossa Senhora dos Pinhais, que consta da sua agenda conhecer uma penitenciária daquele país e maneira de administrar o sistema prisional. Especificamente neste tópico a permanência no solo americano poderia ser reduzida.
Tem muitos técnicos por aqui que conhecem muito bem como administrar e equacionar os graves problemas do Sistema Penitenciário do Paraná sem a necessidade de deixar o Palácio Iguaçu.
Era só perguntar para uns e outros e chegar às pessoas certas. Mas como viajar é mais interessante o respeito ao erário que vá para o inferno! O que será que ele irá dizer no retorno que muitos profissionais da área penitenciária não estão sabendo? Com certeza nada. Sem aporte financeiro e valorização dos funcionários tudo não passará de abobrinhas.
E por seu turno o questionável presidente do STF, Dias Toffoli, no período de quase um ano de sua gestão fez setenta e três voos com aviões da FAB, sendo que uma das suas últimas viagens (junho) fez uma visita oficial de oito dias a Israel. Também usou avião oficial para eventos de final de semana em Buenos Aires (novembro) e Fernando de Noronha (maio).
E para quê? Ora se nem a Conceição o povo ficou sabendo se subiu ou desceu do morro; seria demais que alguém soubesse os motivos de tantas viagens. E os processos? Ficam por conta dos ungidos Juízes Federais convocados e ganhando substanciosas diárias, para trabalhar e entregar nas mãos do ministro o processo com o voto pronto, apenas para ser julgado.
Vidinha difícil, não? E por aí descamba a seriedade dos homens públicos do país, pois cada um age como bem entender e com pouca gente prestando a atenção para onde o dinheiro publica entra no ralo. Ah, lembrando o pior: são milhares de ervas daninhas nos jardins da Pátria -, e ainda querem que o Brasil mude em seis meses...
“Infelizmente não preservamos a cultura e nem a educação. Com a proclamação da Republica o Magistério não recebeu a devida atenção, cuidado e respeito. Nosso caldo de cultura é primário. Por isto o Brasil é um país de agentes públicos oportunistas, demagogos e inconsequentes.”