Edson Vidal

Números Estarrecedores!

Depois que escrevi a crônica de ontem “É Ótimo Voar Sem Pagar” e reli o texto dando conta que o Dias Toffoli, aquele que preside o STF, num período de menos de um ano de sua gestão voou setenta e três vezes com aviões da FAB, com finais de semanas em Buenos Aires, Fernando de Noronha e oito dias em Israel,  resolvi por curiosidade usar da aritmética para saber quanto tempo ele permaneceu em Brasília. 

E quando coloquei tudo na ponta do lápis fiquei estarrecido. Vamos aos números: setenta e três voos quer dizer que ele viajou para setenta e três cidades e supondo que permaneceu nelas um único dia (o que não deve ser verdade, pois não parece lógico que para ir à Buenos Aires e Fernando de Noronha, ele tenha feito um passeio relâmpago) e contando ida e vinda dá um total de duzentos e dezenove dias fora de Brasília.

Levando em conta que em Israel ele permaneceu oito dias, somando duzentos e dezenove com oito totaliza duzentos e vinte sete dias viajando. Como o ano tem trezentos e sessenta e cinco dias e ele viajou duzentos e vinte sete dias, quer dizer que ele permaneceu na Capital apenas cento e trinta e oito dias, ou seja, quatro meses e dezoito dias.

Período em que presidiu a Suprema Corte, despachou, julgou e ainda emitiu comentários na mídia. Ah, lembrei: em cada viagem além de considerável despesa dos voos oficiais, deve-se levar em conta as despesas com o cartão cooperativo que cobre os pagamentos de estadias incluído pouso e alimentação, vez que Magistrado não recebe mais as chamadas “diárias”. Eis aí um emprego público sonhado pelo mais tonto dos mortais, não é mesmo? E quanto custa cada um dos demais ministros da Corte que sabidamente viajam sem parar toda a semana? Com certeza não pagam as despesas de seus deslocamentos tirando cada qual dinheiro do próprio bolso. Sem contar, contando, o elevado número de servidores que constam do Quadro do STF, veículos e terceirizados.

Pois é, tudo é despesa paga pelo contribuinte para uma Justiça ineficiente, desacreditada e morosa. Assim como os outros Poderes da República o Judiciário também necessita de uma reforma urgente para a devida valorização dos seus operosos Juízes.

Passar o Brasil a limpo começa não só com o combate à corrupção, como, também, acabando com o desperdício do dinheiro público e responsabilizando seus autores Civil e criminalmente.

Temos que ter uma nova mentalidade cívica e tudo começa quando o eleitor tiver consciência de que o seu voto pode mudar a cultura política do país; e quando os entes públicos que têm o dever de fiscalizar o dinheiro do erário não olvidem de suas responsabilidades. Do jeito que está não existe fórmula mágica para melhor o país!

“Enquanto o agente público não tiver consciência de seus deveres funcionais e obrigações com o dinheiro público, o país não sairá do ranço da corrupção e do desperdício. Tanto os Tribunais de Contas como o Ministério Público têm o dever de cumprir suas tarefas, sem viés ideológico, político e de conivência!”
Edson Vidal Pinto

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