Um Conto Primaveril.
Como é bom iniciar o primeiro dia útil da semana lendo uma história de bruxas e fadas, príncipes e dragões -, pois transporta o nossa imaginação para além de um cotidiano nem sempre maravilhoso.
E para iniciar vamos voltar no tempo - rodando os ponteiros do relógio ao contrário - até chegarmos ao reino encantado de Bandalhópolis, a terra sagrada do povo petista.
E por coincidência chegamos ao meio da multidão sequiosa para ouvir o rei discursar da varanda do palácio real:
- Companheiros e companheiras! É muito triste viver enclausurado neste castelo, cercado de soldados inimigos, sem poder sair para tomar umas biritas com meus leais sindicalistas e empresários do peito. Ah, saudades da galega!!!
E o povo gritava palavras de ordem:
- Soltem o rei, soltem o rei!
Os soldados da polícia federal que cumpriam ordens do xerife Romo, chefe do Tribunal Criminal Internacional do Conselho dos Reinos Unidos, permaneciam impassíveis e prontos para reagir se a multidão tentasse arrebatar o rei, do castelo onde estava confinado.
- Eu sou um preso político! Nunca roubei nada e sou tão inocente e puro como uma flor de lis!
O povo aplaudia freneticamente.
- Você é o nosso anjo, nossa reserva moral, nossa esperança de sermos milionários!!! - gritou do meio da multidão uma mulher que todos chamavam de “Amante”.
- Companheiros: eu e o Mandela somos exemplos da injustiça humana! Queria tanto ser transferido para São Paulo, mas desisti, pois lá não tem um castelo igual a este aqui. É verdade que tenho nesta humilde morada quarto privativo, chuveiro quente, televisão 4 K, rede para tirar minha soneca, biblioteca de gibis, bicicleta ergométrica, sala para despachos com meus correligionários, oratório para rezar com o Boff, e posso mandar buscar refeições do Madalozzo ao Ile de France, vinho de Campo Largo e pelo menos dois dias da semana manda buscar quitutes árabes da melhor qualidade e preparo da “Familia Sphira” ...
- E falta o quê? - perguntou o intrépido Maria Louca, um enrustido no ninho, que como sempre estava montado no seu cavalo preto, pintado de branco:
- Dinheiro! Muito Dinheiro! Pois não vivo sem o maldito Dinheiro! - respondeu o prisioneiro sem titubear.
- E o que podemos fazer, grande guru? - perguntou entre lágrimas o dr. Rosinha.
- Peçam para o Gilmar me soltar!! Ele é a minha última esperança. Ou Solicitem nova manifestação positiva do Comitê de Direitos Humanos da ONU, para que o Fachin acolha o pedido e me conceda um habeas corpus! E se necessário derrubem o Bolsonaro; elejam o Luciano Huck e vamos todos viver no paraíso terrestre do Nirvana! - concluiu o rei com lágrimas nos olhos, para em seguida deixar a varanda.
- Soltem nosso rei! - gritava em coro a multidão, entre uma dentada e outra num apetitoso sanduíche de mortadela. E aos poucos o local ficou vazio. Quase vazio, pois só ficamos nós que estamos vivenciando esta história. Sem podermos entrar no castelo para nos abrigar da fina garoa que começava a cair, achamos melhor nos abrigarmos dentro de uma taberna. E foi muito bom.
Nela estava a “nata” intelectual do petismo tramando sacanagens.
- E com o vento estocado podemos com o impacto de sua força derrubar os muros do castelo e soltar nosso benfeitor. - Nem precisa identificar quem falou, não é mesmo?
- Proponho dar um pelotaço com cetra na cabeça dura do Bolsonaro! - foi a sugestão do delicadíssimo homem do século XXI, o Willys.
- Não, não e não! - gritou a Benedita - Vamos matar esquartejar, fuzilar, imolar, enforcar, pisotear, esfaquear, apedrejar, mutilar e enterrar vivo os capitalistas, os coxinhas e o pessoal do Lava Jato!
- Viva! - gritaram todos os presentes. E as vozes enfurecidas só acalmaram quando o Chico Buarque de Holanda começou a dedilhar no violão uma nova música que acabara de compor. O som misturado das corda serenou os ânimos exaltados da turba petista. E assim a paz aparente voltou no reino, sem rei e sem o seu meio dedo. Até quando? Achamos todos nós que assistimos o desenrolar desta história medieval, que pelo menos até o STF soltar o injustiçado rei...
“Uma história sempre tem que ter uma mistura de verdades e fantasias. Os personagens são os principais atores de nossos sonhos e pesadelos. E na essência sempre deve ter um fundo moral, mesmo que a moralidade do conto, não seja aquela esperada pela pessoa de bem!”
Edson Vidal Pinto