Coisa Ruim A Gente Recebe Grátis.
É sempre assim: tudo o que não presta é fácil chegar em nossa casa, e é claro sem nenhum ônus. Exemplos? Boletos de pagamento de conta de luz, água, IPTU, multa de trânsito, propaganda, condomínio, notificação da Receita Federal, duplicatas e aí por diante.
Nunca chega a correspondência sigilosa da Caixa Econômica Federal comunicando que fomos os únicos sorteados da Mega Sena acumulada por doze semanas ou nas outras modalidades oficiais de seus jogos de azar. E a tal de cobrança comercial então, vem até pela linha telefônica -, e ficamos como ratos em uma ratoeira. Não dá para fugir dos encargos assumidos e nem pedir para que o Gilmar perdoe juridicamente nossas fraquezas de consumo.
Dívida é como uma guilhotina do tempo da Revolução Francesa, o devedor paga ou perde a cabeça. Não existe meio termo. Mas, para minha surpresa, estou recebendo semanalmente e gratuitamente uma revista que é vendida nas bancas ou para assinantes. É pura verdade. Só que parece um presente de grego. Vou explicar como tudo aconteceu; primeiro fui assinante da revista “Isto É “ por alguns anos; há dois anos atrás não me interessou renovar a assinatura.
Contudo a editora Globo por ter catalogada o número do meu cartão de crédito, renovou automaticamente o contrato sem minha anuência. E daí começou meu martírio para desautorizar o cartão de crédito a efetuar débitos decorrentes dessa tentativa de estelionato, inclusive recebi ameaças telefônicas de que meu nome seria levado à protesto. Protesto? Título sem aceite? Igual ocorreu com minha assinatura da “Veja” da falida Editora Abril.
No interregno da discussão devo ter recebido uns dez mil telefonemas insistindo que eu teria que pagar ambas as renovações da qual não concordei e quase fui internado para tratamento psiquiátrico. Eu recebi telefonemas nos dias úteis, finais de semana e até feriados. De repente pararam os telefonemas. Cheguei até a estranhar.
O silêncio do telefone me preocupou. No entanto por mais incrível que possa parecer não recebi mais a “Veja”, quase chorei de alegria; mas a tal da “Isto É” também não me perturbou com seus telefonemas, mas não deixou de enviar os exemplares desse arremedo de revista.
Só que a edição emagreceu de páginas e suas reportagens são reflexos de uma tecla de uma nota só: críticas a o Bolsonaro e ao seu governo. Um jornalismo marrom de quinta categoria. Perdeu a graça de ler.
Daí por que eu recebo o exemplar, não leio rasgo e coloco no lixo. Mesmo assim, continuo recebendo semana após semana a indigesta “Isto É”. Esta é a lei da vida: pobre quando ganha de graça uma revista de duas uma: ou ela não tem nada de bom no seu conteúdo; ou é porque está sobrando muito papel no comitê de campanha...
“Brigar com a imprensa é o mesmo que mexer com uma caixa de marimbondo -, você pode até achar que no final levou vantagem, mas com certeza saiu com a cara cheia de ferroadas para nunca mais esquecer. Agora, se você optar por não renovar a assinatura de uma única revista dessa mesma imprensa, você tem que “texaco”!”
Edson Vidal Pinto