Brincadeira Estupida
O que é liberdade de expressão? Na minha maneira de pensar é o direito que a pessoa tem de poder se manifestar publicamente sobre assuntos que são comuns a todos dentro de uma mesma sociedade. O livre pensamento não foge dessa pequena regra e muito menos a arte criativa encenada e apresentada em lugar público. E não precisa ser muito inteligente para acrescentar que toda e qualquer liberdade tem limites, imposto pelo bom senso do homem médio.
Assim ninguém pode andar pelado nas ruas de uma cidade, porque é impedido pelo pudor público; nem gritar palavras de baixo calão no meio de um logradouro público, porque é inibido pela censura coletiva; e muito menos fazer piadas ou debochar de coisas sérias como a moral, a crença, a fé ou a religiosidade alheia. E quem se dispuser romper estes limites estará sujeito a devida reprimenda legal. Por que? Ora, porque simplesmente os excessos cometidos sob qualquer pretexto, seja como “arte”, “opinião” ou “brincadeira” que transborde os limites do aceitável não pode prevalecer, ao menos em uma sociedade civilizada.
Os personagens da vida pública tem suas imagens ridicularizadas e tripudiada pelos bons ou maus humoristas e também pelo povo em geral, porque na expressiva maioria são figuras caricatas oriundas de ambiente sabidamente leviano. Todos , via de regra, são abusados, bufões, mentirosos ou patifes. E por isto carregam nos ombros o ônus do descrédito. Daí porquê os bons pagam pelos maus políticos. E assim esparramasse para todos os demais segmentos humanos que dão causa à ridicularia. Um bom exemplo? O STF.
Pois, bem. E o que dizer do grupo de “humoristas” da “Porta dos Fundos” que protagonizaram o filme “A Primeira Tentação de Cristo”, com apresentação de uma sátira grosseira da Bíblia em que aparece Jesus como gay? É claro que o filme foi um fracasso de bilheteria e despertou a revolta de católicos, evangélicos, espíritas e membros de outras religiões. E não poderia ser diferente. Quem tem fé e respeito às religiões não deve ter gostado nem de ouvir os comentários. Por quê? O grupelho de atores menosprezaram uma figura sagrada, um Homem que mudou a história do mundo e só semeou o Amor entre as pessoas. Nem mais o cruel dos ateus ousaria brincar e ridicularizar de quem só deu bons exemplos enquanto viveu.
Mas isso não importou aos jovens “humoristas” da “Porta dos Fundos “-, sabidamente ateus e oportunistas, que fazem da arte do deboche a única maneira de fazer rir”. E pelo tema abordado, trejeitos e diálogos chulos extrapolaram em muito os limites da criatividade e da chamada liberdade de expressão. Pois, como dito, há limites para brincar com coisas sérias. Graças ao libertino e licencioso Toffoli, o juiz do escracho, que cassou a liminar de suspensão do indigitado filme que o triste “espetáculo” continua.
É claro que o Juiz não é censor da liberdade do que quer que seja, mas não pode permitir excessos que colida minimamente com a decência e moral defendida pela sociedade do qual serve. E tripudiar a fé alheia deveria merecer pronta intervenção. O que não aconteceu. E agora? Sinceramente? A esperança que resta é de que referidos “piadistas” protagonizem o próximo filme apresentando a figura de Alá como ministro corrupto do governo Lula, e Ali, seu genro e sucessor, um conhecido cafetão de um bairro de Teerã. Daí sim, vamos morrer de rir pelo que vai acontecer com essa turma da “Porta dos Fundos”. E dai, terei sérias dúvidas se o Toffoli vai continuar admitindo essa tal liberdade de expressão dos indigitados “infiéis”...
“Tripudiar personagens bíblicos para justificar a arte da comédia, além de profundo mau gosto, afronta o bom senso de um país Cristão. Toda liberdade que o ser humano possa querer exercitar tem limites. O Juiz não é censor, mas não pode nunca permitir que excessos e deboches, ridicularizem à religiosidade de seus jurisdicionados”.
Edson Vidal Pinto