Somos um povo forte, sim!
A pandemia do coronavírus virou um pandemônio geral no país; enquanto as autoridades anunciam repetidamente que não faltará comida e nem papel higiênico (?) nas prateleiras dos supermercados, o povo “saqueia” sem dó e nem piedade ditos estabelecimentos. Só está faltando cenas de pugilato e de duelos para disputar a réstia de cebolas ou um quilo de batatas.
Ainda bem que o curitibano é civilizado e nada demove a sua fleuma de ótimo cidadão. Só que compra tudo que está às vistas, sem dó e nem piedade. E se outros acham que é por causa do vírus não é, e nem para hibernar em casa até a primavera chegar. Então por quê encher tantos carrinhos de supermercado? Porque depois do vírus vem a alta do custo de vida -, pois com o dólar nas alturas é sinônimo de que todos os produtos e gêneros de primeira necessidade irão para a estratosfera.
Pelo menos comprar agora dará um certo fôlego para o consumidor ficar recluso em casa e economizar. Essa a explicação mais lógica das exageradas compras de alimentos. É claro que não faltará reposição de estoques de bens de consumo, mas quem pode comprar mais está se prevenindo para enfrentar as consequências da crise do “dia seguinte”. Vejamos: se o Brasil que é um grande produtor de trigo, quando o dólar sobe, o pão fica mais caro, imagine o resto.
Só economista para esclarecer. E o mesmo acontece com o petróleo e seus derivados que a Petrobras se ufana tanto em refinar e produzir, vendendo no exterior a preço de centavos enquanto que por aqui o litro de gasolina e do botijão de gás acompanha o valor da moeda norte-americana, e chega a custar cifras de pura agiotagem. E depois ainda dizem que “o petróleo é nosso”.
É tão difícil entender valores tão díspares que os técnicos tentam através de mil argumentos justificar o inexplicável. Mas é claro que o coronavírus vai passar e a inflação também, embora esta possa perdurar um pouco mais. E o povo com salários defasados e os empresários ainda amargando o aperto fiscal vai gerar, com certeza, insatisfação contra o governo. Por quê? Porque independente da classe social, nada é mais sensível que o bolso. Eis o xis da questão.
E não faltará quem atribua culpa ao governante, principalmente nas vésperas do período eleitoral. Que sina. Enquanto o governo tenta equilibrar as contas públicas vem o vírus, o dólar dispara e por consequência a espiral inflacionária. Mas não é hora de esmorecer e sim de acreditar em dias melhores, pois tudo voltará à normalidade no devido tempo. O brasileiro é um povo forte, trabalhador e ordeiro que sabe como poucos transpor mares bravios e combater com o voto os atentados insanos contra a democracia. Cabe ser obediente as recomendações das autoridades da saúde e tomar todos os cuidados para se prevenir do coronavírus.
E também acreditar que o custo de vida será domado -, pois, afinal, todos passaram por momentos caóticos neste país destroçado pela corrupção; e por isso está viva a lição que só unidos ao redor da bandeira verde-amarela, será mais fácil vencer todas as maldades e provações ...
“Não é fácil governar no momento de crise. Ser “do contra” é bem melhor. Mais difícil ainda é tentar colocar de pé, em um pouco mais de um ano, um país destroçado por uma quadrilha ideologicamente impiedosa. É hora da união dos bons brasileiros. Pois não existe mal que sempre dure.”
Edson Vidal Pinto