Eu só queria entender
Existem coisas que ninguém entende no país porque o poder público não explica e as autoridades se omitem. Exemplo? A Receita Federal. Nela homens e mulheres trabalham em pomposos prédios oficiais, nem sempre com o melhor bom humor para atender os contribuintes, representam uma casta privilegiada dentro do governo federal. A raia miúda espalhada nas fronteiras e estradas na busca de apreenderem sacoleiros e contrabandistas, e os demais nos setores de fiscalização e orientação sobre as normas de declarações de Imposto de Renda, anualmente com ajustes pró Estado.
E cair na Malha Fina corresponde a um martírio para o contribuinte porque desde logo é tratado como marginal, só não distribuem cartazes com rosto do “freguês” para colar nas paredes da cidade com os dizeres “Procura-se Vivo ou Morto”, porque o erro cometido as vezes não vale a recompensa de um único real. E por quê será que é assim? Hoje com os computadores cruzando a torto e a direito todas as informações sobre transações, negócios bancários, rendas, empréstimos e até doações, não há como o indivíduo sonegar e nem tentar burlar o formulário anual de rendas.
O assalariado então se errar um mísero algarismo nos valores declarados está sujeito a ser mandado para o inferno. Ninguém pode se equivocar perante a Receita Federal porque é um sacrilégio. O pobre e a classe média são tratadas com escárnio, não acredita? Tente cometer um pequeno erro no Imposto de Renda para ver a dor de cabeça que você vai ter até o fim dos seus dias. E a multa? Ah, esta é pior que pena corporal de perda da liberdade porque sobre o valor sonegado incide correção monetária, um indexador mais nojento e o tradicional juros; dependendo do valor é melhor se filiar no PT. Eis aí a válvula de escape para a Receita daí então se esquecer de fiscalizar e de encher o saco. E ela não pode querer negar essa verdade!
Veja o Lula - O Filho do Brasil - ele de humilde torneiro mecânico de meio dedinho amputado foi aposentado por invalidez. Esperto como ele só entrou no mundo mágico do sindicalismo para não trabalhar de vez e viver às custas de seus pares. Com lábia e muita embromação filiou-se ao PT e daí em diante a Receita Federal nunca mais ouviu falar dele, de sua família e de seus amigos.
Pois só dando conferências para empreiteiros do mundo auferiu lucros espantosos a ponto de ficar bilionário. Sendo o homem mais honesto do país - segundo suas próprias palavras - a Receita Federal nunca duvidou disso e sempre “aceitou” suas declarações de rendas com louvor. E não foi só ele não: o FHC tem apartamento em Paris comprado quando estava no”exílio” , ou seja, antes de ter os salários de professor, ex-senador, de ex-Presidente e gratificação por ter sido perseguido pela “ditadura”. E nessa linha se empoleiram muitos e muitos políticos da velha e da nova guarda.
E a Receita Federal quietinha fazendo de conta que eles são ricos porque nasceram com o bumbum para a lua e não precisam provar seus ganhos. Estes prescreveram! Duvido que uma Malha Fina apenas para os políticos, exigindo que cada um prove da onde veio o dinheiro que ganharam, possa sobrar alguns realmente idôneos. E não me refiro apenas aos atuais não, também os velhos caciques aposentados. Seria uma limpa não é mesmo e só com as multas e correções que seriam arrecadadas daria para pegar a dívida externa e interna do país.
Claro que sem deixar de lado governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Seria uma briga de cachorro grande e a reabilitação da hoje fantasiosa e arrogante Receita Federal. Deixo aí minha provocação, podendo depois deste pente-fino na política, também abranger numa segunda etapa toda a Magistratura brasileira porque estamos cansados da fiscalização que somos submetidos anualmente e porque vivemos apenas dos nossos salários. Quanto às Cortes Superiores não sei, mas seria bom incluí-las no elenco também ...
“Para o país mudar basta combater a sonegação de bens e numerários auferidos para fins de declaração de Imposto de Renda. Não é possível que políticos que arrotam riqueza e vivem como nababos, sem nunca terem tido bens de raiz, possam ostentar fortuna sem caírem na Malha Fina da Receita Federal. Os fiscais têm prestado um desserviço ao país!”
Edson Vidal Pinto