Edson Vidal

Que ano hein, gente!

Fico me perguntando se 2.020 merece constar do calendário Gregoriano, pois olhando para trás constatei que nada fiz, embora tivesse muito que fazer, não fui a lugar nenhum e hoje nem ao certo sei muito bem o que sou. Tamanha a balbúrdia que está minha cabeça! Comemorei aniversário sozinho, cantei os parabéns para você para mim mesmo, não frequentei a casa de nenhum parente e nem de amigos, em compensação não fui visitado e tudo o mais que mereceria comemorar, comemorei com a minha mulher. 

Nem sei mais como é um shopping por dentro, nem uma fila de cinema e muito menos o que seja uma fila que até de banco servia, só para matar as saudades. Toda a aglomeração foi proibida. Ora pelo governador, ora pelo prefeito, as vezes até pelos dois ou por somente um deles. O Presidente que não pode proibir nada e não pode ser proibido, está com Covid-19. Dá para entender o que está acontecendo? Tem até vermífugo sendo receitado para prevenir o vírus se é certo ou errado ninguém sabe, mas como mal não faz, o jeito é tomar e seja lá o que Deus quiser. Tem padre que ataca o Bolsonaro, médica que deseja sua morte e gente que não quer usar máscara. O país está uma zorra como um dia o Lula pediu ao Francisco. 

Tem muito político ladrão fazendo promessa para não ser lembrado, nem a Amante quer ser mais chamada de Amante e quer processar quem tratá-la pelo nome. A Marina como sempre hibernou; o Ciro continua substituindo o Maria Louca no cenário nacional com show de babaquices e o Rocha Loures tomou o chá da Conceição: se subiu ninguém sabe, ninguém viu. O governador Ratinho parece relógio cuco só aparece para dar o ar da graça quando existe calamidade, existe a expectativa de que ele apareça novamente se os gafanhotos resolverem mudar de direção. É ou não é um ano diferente? Até as eleições serão realizadas fora de época. 

Um ano sem futebol, sem festas juninas, sem abraços, beijos e aperto de mãos. Adeus viagens para o exterior porque o vírus não deixa; adeus viagens nacionais porque os hoteleiros exageraram nos preços e ninguém consegue pagar uma mísera diária. Que ano é este? Dois mil e vinte deve ser reduzido a pó de traque e ser esquecido pela História. É que nem o 13o. andar em alguns prédios americanos que do 12o. piso o usuário passa automaticamente para o 14o. sem piscar os olhos. Só não vai servir para diminuir a idade, mas se minha sogra fosse viva e alguém perguntasse a sua idade, hoje ela com certeza responderia:

- Sete ponto três menos um dia!

Sem dúvida vivemos um ano atípico enclausurados dentro de casa e vendo pela janela o vírus passear pelas ruas, todo faceiro, sentado no banco de uma praça ou andando de skate pelo declive de uma via pública. E nós? Na rotina do dia a dia, percorrendo da sala até a varanda e do quarto ao banheiro; para variar, às vezes, fazemos o trajeto da copa ao escritório e vice e versa. Que nhaca, hein?

- Meu bem, pare de escrever. Está na hora de assistir as “Chiquititas” !

Venha, a novela vai começar.

- Tô indo, amor. Tô indo ...

Óh, dia; óh, mês, óh, ano!!

“Que aninho sem-vergonha este de 2.020. Só encrenca política, ideológica, vírus e empresas falindo. Deve ser provação, só pode! Pelo menos se a Dilma tivesse estocado o vento não teríamos tanto tornado. Não se deve nunca confiar nas palavras de uma politiqueira!”

Edson Vidal Pinto

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