Ladrão é bandido da pior espécie
Grande parte de minha vida profissional atuei contra marginais de todas as espécies, pois este era o papel que o Promotor de Justiça desempenhava com afinco na carreira do Ministério Público, antes desta Instituição desviar sua ótica para a defesa do “interesse social”. Na sua origem o Promotor exercia o papel de representante do Estado que zelava pela segurança da sociedade combatendo de frente o crime e o criminoso, inclusive atuando como acusador público perante o Tribunal do Júri.
E apesar deste encargo pesado que cada um de nós levava nos ombros, não impedia a bem da Justiça que muitas vezes no processo e a luz das provas colacionadas pudéssemos propugnar pela absolvição do réu. E não era raro isto acontecer. Mas as batalhas mesmo ficavam reservadas contra os facínoras mais perigosos e nocivos à sociedade: os ladrões. Todos eles muito bem articulados na hora do interrogatório buscando justificativas para seus atos, algumas de caráter familiar, outras contando dramas da fome e muitas vezes porque sofriam ameaças para delinquir.
Desde o ladrão de galinha, o do colarinho branco até o perigoso assaltante a mão armada, todos eles procuram depois de presos se passar como vítimas da sociedade. Mas sem nenhuma dúvida todos são perigosos. Por quê? Porque são irrecuperáveis, violentos e desumanos. Imagine alguém entrar a noite em uma casa habitada para subtrair furtivamente objetos. Sem dúvida é um indivíduo preparado para o que der e vier, estando sempre pronto para reagir.
O mesmo ocorre com um ladrão a mão armada. Ou quando no exercício da função pública o sujeito subtrai, desvia, tirar vantagens ou usufrui de vantagens ilícitas para si ou para outrem. Sob minha ótica autores de crimes contra o patrimônio público ou privado são os piores indivíduos. Dentro das penitenciárias são os que articulam rebeliões, fomentam massacres e praticam coações. O bom ladrão só mesmo aquele da Bíblia. Nas inúmeras inspeções que fiz andando nos corredores de nossas penitenciárias e percorrendo seus porões, quando fui Secretário de Estado da Justiça para me certificar se tudo estava em ordem dentro do Sistema Penitenciário, nunca dei as costas para nenhum preso e principalmente quando era avisado que um deles era ladrão. Porque eles são rápidos, ladinos e maus.
Li superficialmente em uma banca de revistas quando passei os olhos na primeira página da “Tribuna do Paraná”, que um bando de ladrões invadiu na noite da última segunda-feira um albergue de crianças e pacientes com câncer denominado “A casa dos Pobres São João Batista” no bairro Rebouças, e além de atemorizarem os pacientes, acompanhantes e empregados subtraíram computadores, roupas, bicicletas e até torneiras . A Polícia ainda não identificou os autores.
É assim mesmo, ladrão quer tirar vantagens para poder viver sem trabalhar ou para vender o prurigo de sua pilhagem para comprar drogas. É o círculo vicioso. E o pior que há cada dia que passa aumenta o número desses delinquentes que atacam a luz do dia, seja uma criança, um adulto ou um idoso, e cada vez mais ousados e violentos. E quando são mortos nos embates com a polícia sempre tem um Psol da vida, ou um integrante de ONGs de direitos humanos para apontar a culpa dos policiais. E quando um agente da lei é morto pelo ladrão ninguém se importa.
É um paradoxo quase sem explicação. Acho que a humanidade está sem rumo porque os valores morais, éticos e cristãos perderam o lustro. O Francisco soterrou no mundo a fé católica e sua voz não tem mais o respeito e nem a contundência de seus ilustres antecessores. E por tudo isto é a hora e a vez dos ladrões. Tanto é verdade que até o Lula chegou onde chegou ...
“Nunca confie em homem ladino, no mau pagador, no mau negociante, naquele que não honra os compromissos assumidos, porque ele está na linha tênue entre ser honesto ou ladrão. E ladrão é o indivíduo da pior laia -, fique sempre longe dele porque podendo ele vai se aproveitar de você. Quem avisa amigo é!”
Edson Vidal Pinto