Edson Vidal

Bazófia!

As pessoas quando visam proteger ideias, corporações e ideologias quando não tem razão perdem a noção do ridículo. Hoje qualquer ofensa dirigida a jornalista por mais inoportuno ou desclassificado que este seja, logo faz surgir no cenário nacional defesas assentadas na mais pura imbecilidade.  É como se o repórter tivesse o direito de perguntar e escrever o que quer que seja por estar escorado no sagrado direito constitucional de liberdade de expressão, como se a opinião exacerbada e impropria não possa merecer censura. Isto dentro de um Estado Democrático de Direito porque ninguém - nem mesmo o jornalista - pode querer exercer sua profissão e se comportar de maneira leviana e mal intencionada sem se sujeitar ao Império da Lei. 

Quando no país vigia a Lei de Imprensa, temida pelos tiranos da imprensa marrom  e abominada pelas esquerdistas, eu no exercício de meu ofício profissional de Promotor de Justiça  denunciei de uma só vez trinta e dois jornalistas (da imprensa escrita, falada e televisionada) de Curitiba, por calúnias dirigidas há um Juiz de Direito e um Promotor de Justiça. Todos na sanha de quererem tratar a concessão de liberdade provisória dada para autor de práticas libidinosas contra um menor, aludiram ao talante de suas imaginações que “correu dinheiro atrás dos panos para soltar um tarado”. Uma infâmia virulenta contra dois profissionais do direito que concederam o benefício com fundamentos escorados em lei. 

E a organização corporativa para defendê-los usou de todos os artifícios e manobras, contando com a parcimônia do relator do feito, para que o processo prescrevesse. Claro que a força da Imprensa é temida porque como me falou certa feita o jornalista Abdo Aref Kudri, então presidente da associação dos Jornalistas do Paraná, que “a imprensa é um Poder porque ela forja o herói e o bandido”. E como tem juízes que temem se indispor contra essa corporação de gente sempre sequiosa em interpretar os fatos de acordo com suas próprias conveniências. 

Quer um exemplo? Os atuais jornalistas da Rede Globo sempre difundindo notícias distorcidas e atacando o governo federal sem tréguas para atender interesses mesquinhos de seus empregadores. São escravos do dinheiro e vassalos de quem lhes paga o salário. E eu sei o que é levar chicotadas públicas através de notícias tendenciosas como aquelas que um dia foram orquestradas pelo jornalista Celso Nascimento da “Gazeta do Povo”, quando me acusou de nepotismo dentro do Tribunal. E quando o CNJ deliberou pela inexistência dessa prática o referido colunista nada comentou a respeito, preferindo ficar na omissão do que desmentir suas difamações. 

Não lhe processei por abalo moral porque minha vida pública sempre foi um livro aberto e quem me conhece sabe que nunca procedi para beneficiar quem quer que fosse. Mas é óbvio que ninguém tem sangue de barata porque a ofensa dói e nunca cicatriza. Só a têmpera de Juiz permite assimilar e digerir as maldades. E não é o caso do Bolsonaro, um militar reformado, acostumado a mandar e desmandar, dizer impropérios e não levar insinuações maldosas para casa. No episódio do jornalista da Globo que de maneira inoportuna indagou como ele justificaria o dinheiro que o Queiroz depositou na conta bancária da Primeira Dama, ele reagiu de pronto dizendo que gostaria de dar um soco na cara do repórter pela inoportunidade da pergunta.

Tudo suficiente para a ABI e a imprensa engajada contra o Governo estampar com estardalhaço que as palavras do Presidente além de caracterizar crime de ameaça, coloca em xeque-mate a democracia. Ora, bazófia não caracteriza dito delito e a frase como um todo não atenta contra o regime democrático. Tudo lero-lero e fruto de uma gama de jornalistas sem classe, sem brilho próprio e que querem a tudo custo a liberação do dinheiro público para manter os órgãos de comunicação. 

Não é o costumeiro destempero presidencial que tende a derrubar a democracia; o povo não tolera mais mentiras e sabe muito bem quem são os que estão tentando cubanizar o país ...

“Direito de expressão ou de opinião tem limites -, se não tivesse os jornalistas estariam acima da Lei. E isso não pode acontecer num país onde impera o Estado Democrático de Direito. Todos os cidadãos, não importando suas condições de poder ou profissão, estão sujeitos ao Império da Lei. Tudo o mais não passa de lorota.”

Edson Vidal Pinto

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