Não dá para misturar
Positivamente não dá para misturar alho com bugalhos e muito menos sashimi com linguiça pois são coisas que não combinam. Claro que tem pessoas com estômago de avestruz que digerem qualquer coisa e não lhes faz mal algum. Mas sou do bloco dos que preferem não misturar nada, principalmente quando se trata de pessoas socialmente negativas. Estas sempre procuram uma maneira de entrar na conversa ou sem ser convidadas emitem opiniões para torpedear a esperança das pessoas. Explico.
Vivemos um dos piores períodos da história do mundo em virtude do Covid-19, uma doença letal para muitos e terrível para os que contraíram e sobreviveram. Claro que também tem aqueles que tiveram o vírus e se safaram sem maiores dificuldades. Cada organismo reage de maneira diferente. Todavia estamos absorvendo uma mesma preocupação que é há de driblar o vírus e por isto mudamos radicalmente nossos hábitos de vida. O isolamento social, o uso de álcool e de máscara, bem como, evitando grandes aglomerações tem alterado nossa psique e atitudes. As viagens aéreas foram esquecidas, mesmo as de automóvel de uma cidade ou de um estado para outro, pois exige pensar se vale o risco de deixar a segurança de nossa casa.
Mas de repente quando estamos começando a aceitar as novas regras de convívio social e passamos a acreditar em dias melhores, surgem pessoas que nos deixam totalmente inseguras. Enquanto cientistas do mundo todo procuram descobrir a vacina para combater o vírus, nós ficamos em dúvida sob qual delas deveremos confiar: na chinesa, inglesa, americana, alemã ou francesa? E pensar que nenhuma delas ainda foi produzida. Daí aparece na TV o governador Dória de São Paulo, que pelas notícias já comprou as futuras vacinas a serem produzidas na China, impondo e exigindo a obrigatoriedade de que todos os residentes de seu estado sejam vacinados.
Tudo em nome e defesa da saúde pública. Inclusive alardeando que vai buscar meios legais para impor a vacinação em massa. Ele personifica um terrorista político pela atitude radical. De outro prisma, nas redes sociais, aparece um médico infectologista, com traços orientais, dizendo para quem quiser ouvir que nenhuma das vacinas alardeadas merecem credibilidade, pois precisarão de longo tempo para serem testadas e aferidas à luz da ciência. É forçoso reconhecer que ditos protagonistas são ao mesmo tempo antagônicos por terem opiniões díspares.
Portanto são dois indivíduos que não se misturam pelos pontos de vistas que defendem, devidamente convictos de que estão certos. E agora José? Se você tiver que tomar vacina aceitará ficar na fila e levar uma picada sem saber se terá efeito positivo ou não? Ou simplesmente vai ignorar a oferta governamental e continuar lutando na trincheira contra o coronavírus? Ser ou não ser, eis a questão. E o pior que que não dá para misturar as ideias dessas duas pessoas por não existir solução conciliatória, vez que o médico ainda acrescentou na sua opinião que será um perigo para a saúde servir de cobaia para uma vacina cujos efeitos poderão ser perigosos à vida. E tudo permanece enrolado e sem esclarecimento. O que fazer então? Confiar no político otimista ou no médico pessimista. Eu opto pelo médico porque seu pessimismo no caso é de um otimismo a toda prova: nas suas palavras o cuidado pela vida dito por quem conhece e não tem demagogia. Enquanto a palavra do político ...
“Numa pandemia quem pode dar a primeira e última palavra? O político que nas suas atitudes sempre tem segundas intenções ou um médico infectologista? Valha-nos, Deus!”
Edson Vidal Pinto