Homenagem Merecida
As vezes fico pensando nos homens e mulheres que sacrificam suas vidas em prol de seu país, da sociedade e de seus semelhantes. Não me refiro apenas aos profissionais da saúde que são lembrados apenas em tempo de pandemia quando a morte beira a vizinhança. Mas de toda uma classe de pessoas que diariamente vivem na corda bamba -, vestem jalecos, guarda-pós e uniformes de todos os tipos e cores. Quando vejo andando na rua um policial militar uniformizado fico imaginando o caminho que ele percorreu até chegar aonde chegou, consciente de sua obrigação de servir sem se importar com a própria vida.
Um policial civil que sai de casa, deixando para trás a mulher e filhos sem ter certeza que no final do dia retornará ileso e com o mesmo sorriso nos lábios. Nem o bombeiro preparado para enfrentar calamidade pública, andar sobre o teto de edifícios cada vez mais alto, sufocado pela fumaça e com um destemor sem limites. É lamentável que hoje em dia os militares das Forças Armadas não ostentem suas garbosas fardas pelas ruas das cidades porque são olhados com indiferença desde que a “Revolução” de 64 chegou ao fim. A pequenez dos antigos e novos esquerdistas não toleram ditos militares porque sabem que estes salvaram a Pátria do pior.
Mas todos eles sem exceção são pessoas que merecem tudo respeito e admiração. Também penso no pior; quando esses policiais e militares tombam mortos no cumprimento do dever. É sobre isso que quero escrever neste pequeno espaço. A homenagem póstuma ao herói. Ontem a tarde coloquei meu celular no YouTube e assisti emocionado algumas cenas acontecidas nos Estados Unidos nos atos de amor e de respeito àqueles que no exercício de suas atividades profissionais acabaram perdendo suas vidas.
O retorno do corpo de um soldado morto no Afeganistão que chegou em sua cidade de origem num avião de carreira, com o ataúde lacrado e envolto pela bandeira Americana, presentes os familiares no estacionamento da aeronave e uma guarda de honra comandada por um Oficial Superior. Enquanto o caixão não foi colocado no carro funerário o avião permaneceu com as portas fechadas e nenhum passageiro desembarcou pelo finger. E os funcionários de terra das companhias aéreas permaneceram imóveis e em posição de sentido.
Afinal era um herói que retornava à sua Pátria. Outra cena de arrepiar foi a homenagem que a Polícia de Boston prestou há um policial da corporação morto num embate com traficantes. A cerimônia com o ataúde envolto na bandeira Americana contou com a presença de todos os Oficiais Comandantes do falecido. E o mesmo aconteceu nas exéquias de um bombeiro morto num incêndio. Seu caixão envolto na bandeira Americana foi transportado pelas ruas de São Francisco, sobre um caminhão Oficial, seguido por uma fila de viaturas do Corpo de Bombeiros e sob os aplausos dos transeuntes. Exemplos incomparáveis de civismo.
No Brasil quando o governo fala em criar Escolas Militares onde se aprende a arte da cidadania e do respeito aos Símbolos da Pátria, tem gente que vira o nariz de lado. É triste a comparação. Mas uma verdade é percebida de maneira clara: se não reconhecemos e nem homenageamos nossos heróis, como podemos querer um futuro melhor quando não damos o mínimo valor para àqueles que diariamente morrem por nós? E a nossa bandeira Brasileira cada dia mais invisível nos prédios públicos, vitrines, escolas e nas nossas próprias casas ...
“O Estado brasileiro tem o dever de homenagear seus mortos que foram abatidos no cumprimento do dever. Os governadores e Prefeitos têm que dar exemplos de cidadania determinando que a Bandeira do Brasil figure sempre na frente de prédios públicos. Só assim o patriotismo e a solidariedade humana ressurgem do ostracismo!”
Edson Vidal Pinto