O Bicho Está Pegando!
Com a chegada das vacinas no país e as campanhas de vacinação correndo a contento despertou um certo otimismo geral de que a pandemia do COVID-19 poderia começar a terminar. Os vacinados foram fotografados pela imprensa como astronautas que foram e voltaram da lua sãos e salvos, tal a expectativa criada de que a vacina salvaria a população do planeta.
Foram esquecidas até as guerras de bastidores entre médicos pró Ivermectina e contra o uso do referido vermífugo, bem como, da disputa política travada entre o Governo Federal e o governador Doria nas suas mais mesquinhas intolerâncias. Tudo levava a crer que as benditas vacinas das mais variadas nacionalidades chegaram para a felicidade geral dos brasileiros.
A euforia da aquisição das vacinas vindas de avião do exterior mereceu horas de reportagens da TV, inclusive com imagens mostrando as aeronaves no pátio de aeroportos descarregando os produtos e de políticos abraçados e chorando de emoção pelo milagre da ciência. E como não poderia deixar de ser surgiram os famosos “fura Filas” -, aqueles sabidamente mais apressados e com medo de morrer que fizeram peripécias para ludibriar a ordem dos vacinados, sem nenhum pudor e decência. Com certeza gente com medo de não ser convidada a embarcar no momento certo na Arca de Noé.
Mas tudo estava saindo a contento pois foi aumentando o número de vacinados, porém em paralelo alguma coisa não funcionou: o vírus reagiu impulsivamente e a contaminação se expandiu. Os hospitais atingiram capacidade de ocupação preocupante e às UTIs chegaram no limite máximo. O Covid recrudesceu. Preocupação geral dos infectologistas e bandeiras laranjadas e pretas. E foram editadas medidas sanitárias mais sérias com fechamento de estabelecimentos não prioritários, maior restrição social e cuidados higiênicos redobrados.
Tudo até segunda ordem. E agora José? Já programou o final de semana sem poder sair de casa? Não? Ok, não se preocupe porque vou dar algumas sugestões perfeitas para “matar” o tempo. Para o sábado: você está lendo esta crônica deitado na sua cama? Se estiver, ótimo. Desligue o celular e tente “cochilar” até as doze horas. Levante, tome banho, almoce e sente na sua poltrona predileta para mais um cochilo não tão severo. As dezesseis horas pegue o baralho e Jogue uma hora de “Paciência”. Ah, não tem baralho e nem sabe jogar? Tudo bem, pegue o “Dominó” e tente acertar com as pedras do jogo dentro da boca de um vaso de cristal. É super divertido.
Quando começar a se chatear pegue o telefone e passe “trotes” em desconhecidos. Com certeza você vai conferir que não sabe tanto palavrão como supunha conhecer. Faça um lanche, depois vá até a varanda e conte o número de estrelas que você vê no céu. Não ligue a TV para não perder o sono. No domingo: levante as dezesseis horas! Tome banho e esquente a comida. Depois de almoçar volte até a sua poltrona e não durma, feche os olhos e imagine que você está em Veneza, discutindo com o gondoleiro o preço de um passeio pelo Grande Canal.
Exija que ele cante enquanto manobra a gôndola. Em seguida ligue a TV e assista “aquele” jogo de futebol: Paraná X Prudentópolis. E a noite volte para a varanda e conte as estrelas que você não tinha contado na noite anterior. E assim você preencheu o seu final de semana sem susto de contrair o vírus. Só não pense em bobagens e nem perca a sua serenidade e elegância, pois um bom cabrito não berra e eu sei que você é o melhor de todos ...
“Agora gente: super quarentena! O que fazer para passar o tempo? Usar a criatividade o máximo possível. Tenho “dicas” maravilhosas. Não cobro e dou de graça! “
Edson Vidal Pinto