Pegar Pião na Unha
No tempo em que a piazada nos bairros se reunia para “jogar” pião, - um pequeno artefato cônico de madeira, com a parte superior mais grossa que a inferior onde tem a ponta de um prego, era enrolado ao redor um barbante resistente e quando arremessado no chão, com uma das mãos que prendia a parte solta do barbante, ao bater no solo se soltava e girava numa velocidade incrível equilibrado na ponta mais fina. Tinha o chamado “jogo dos piões” quando no solo era “desenhado” um círculo e os jogadores tentavam colocar os piões dentro dele, claro que no arremesso a tentativa era tirar o pião do adversário da “roda”.
Era um brinquedo perigoso para quem não sabia arremessar porque ele poderia retornar emaranhado no barbante e bater no rosto do neófito. E também tinham àqueles que arremessavam o pião e o pegavam do chão para rodar na própria unha. Daí a expressão “pegar na unha” que corresponde às pessoas corajosas e determinadas em lutam com garra atingir seus objetivos. Pois é, este é o destemor de quem pretende dirigir um país dividido e cheio de armadilhas no caminho. Não é para qualquer um que não saiba sequer arremessar um pião no chão.
Fico imaginando se o Bolsonaro não tivesse ganho a eleição para Presidente da República e tivéssemos que “engolir” o Haddad. Já imaginaram o seu ministério? O Lula como eminência parda; o Sameck como Chefe da Casa Civil; o Rosinha como ministro da Saúde; a Dilma na pasta da Educação e Cultura; o Requião como ministro da Justiça; o Mercadante como ministro das Relações Exteriores; a Gleisi como ministro da Economia; Janja na Itaipu; a Benedita na presidência da Petrobras; o Vanhoni no ministério de Ciência e Tecnologia; o Lindenberg como ministro da Pesca; o FHC como ministro do Meio Ambiente e o Jose Dirceu como ministro da Defesa. Com certeza a Rede Globo estaria espargindo dinheiro por todos os poros e a pandemia seria tratada no Jornal Nacional como uma mera distração chinesa.
As mortes seriam banalizadas e nem mereceriam nenhuma importância da Imprensa porque o programa do PAC estaria a tudo vapor construindo novos estádios de futebol e a Lei Rouanet produzindo espetáculos artísticos escolhidos a dedo por Gil, Caetano e Chico. A felicidade seria tanto que a tragédia do Covid passaria desapercebida. E com certeza estaríamos felizes e sem reclamações porque tudo seria uma grande zorra, com carnaval o ano todo, mulheres desnudas, bichas em pencas, sapatões de todos os tamanhos e com a bandeira do Corinthians tremulando nas repartições públicas.
Céus, já pensaram nessa probabilidade? Só que o Haddad não ganhou. Mas depois de amanhã vamos escolher um novo Presidente se não quisermos mais o Capitão, e tem nomes circulando por aí como o Huck, o Ciro, o Lula, a Marina, o Mandetta ou o Moro? Pensem logo no ministério de cada um e depois tentem dormir sem ter pesadelo. Então, pensaram? Qual deles tem tutano de pegar o pião pela unha? Não quero dizer, mas imagino em quem você votará, pois o Brasil não é para amadores e nem para quem nunca viu um pião na vida ...
“Está na hora de pensar no amanhã do Brasil. Sempre é momento para aferir a realidade do que está acontecendo e ter o bom senso para não se deixar enganar. Tem gente que nunca viu um pião e acha que pegar um na unha é fácil. São meros aventureiros, nada mais!”
Edson Vidal Pinto