O zumbi Velho de Guerra
No título desta crônica não me refiro aquela série de filmes intragáveis de zumbis perambulando pelas ruas, nem da cansativa Marina Silva, muito menos do gatuno endiabrado do Luiz Ignácio, mas do “nosso” zumbi de sempre. Aquele que tem uma legião de seguidores e como político profissional assombrou os nossos momentos com atitudes ásperas, frases irônicas, chacotas e pisou nos menos afortunados. Defenestrado na última eleição teima agora em voltar à vida pública há qualquer custo, custe o que custar para continuar fazendo o que sempre fez: nada! Sempre usufruiu das benesses do estado e está rico, aposentado como “parlamentar” como se política fosse profissão e o pior recebendo polpudo provento às custas do povo.
Soube aproveitar da política como ninguém -, sempre às turras com seus adversários, arrotando brabeza e semeando discórdias. Claro que o leitor sabe de qual zumbi estou falando, não é mesmo? Lógico que é a Maria Louca. Dias atrás vi no Facebook que ele tem um blog onde conversa com seus “eleitores” sempre destilando besteiras e repetindo as mesmices de sempre. Claro que enaltecendo o Luiz Ignácio et caterva e pregando a “Carta de Puebla” e as lições ministradas no Foro de São Paulo como solução para todos os males sociais. E não mudou nadica de nada apesar da derrota nas urnas.
A surra que levou ficou no passado. E pelo jeito vai ser candidato na próxima eleição quase com certeza para deputado federal fazendo dobradinha com o Junior, seu filho que tentará se perpetuar no galho como deputado estadual. Na minha vida pública tive apenas dois episódios com essa figura e não faltaram mimimi. A primeira foi no Senado da República quando da sabatina do então indicado para o cargo no STJ do hoje ministro Felix Fischer, por ter sido ele o relator naquela Casa de Leis. Eu lá estava por ser o Secretário de Estado da Justiça e representante do governador Jaime Lerner. Um assessor pediu para os acompanhantes do então candidato entrar no gabinete do senador. Ninguém aceitou e eu então não acompanhei o Félix.
Entramos e ele quando me viu começou a me provocar sem olhar em minha direção e me ignorando, mas eu dei alguns passos à frente, estiquei as mãos e ele foi obrigado a me cumprimentar. Olhei nos seus olhos e ele então parou de dizer besteiras. Engoli seco para não prejudicar a sabatina do meu amigo Félix Fisher. Anos depois eu então desembargador do Tribunal de Justiça estava na porta do elevador no andar do meu gabinete para me dirigir ao local onde ocorreria a cerimônia de posse de um novo colega.
Para minha surpresa o elevador parou, a ascensorista abriu a porta e deparei no seu interior com o Maria Louca e alguns assessores palacianos, quando ele me reconheceu disse com deboche:
- Ué, vestido de terno e gravata? Por acaso vai ser uma posse ou um casamento?
Daí não perdi a chance:
- É posse solene e pelo visto você não está adequadamente trajado com essa calça jeans desbotada, camisa azul esporte e jaqueta de couro. Nós aqui sempre usamos traje social porque respeitamos nossos colegas e o nosso ambiente de trabalho!
Ele me olhou com cara de quem não gostou e eu prossegui:
- É claro que você não sabe valorizar ambiente de trabalho de ninguém porque nunca trabalhou!! Ascensorista pode fechar a porta e subir porque vou esperar outro elevador chegar!
A porta fechou e o elevador foi até o último andar do prédio no plenário da posse. Ele agora com seus oitenta e mais anos de idade quer voltar para a vida pública porque não pode ficar longe do “bem bom”. Faço votos que tropece na urna pois o que mais tem hoje em dia é zumbi na Câmara Federal ...
“Prometi não falar nos males do COVID-19 -, mas não prometi não falar em zumbis. Embora não saiba qual deles é pior. Afinal quando o momento é ruim é difícil escrever sobre coisas boas.”
Edson Vidal Pinto