Edson Vidal

Brincando Com Coisa Séria

Na imperfeição dos seres humanos Deus só é lembrado e procurado nos momentos de tristeza, angústia e incerteza; pois quando a vida sorri e os momentos só trazem alegria poucos agradecem ao Criador pela magia das benesses recebidas e por estar vivo. Não importa a religião desde que o indivíduo acredite em um Ente Supremo que arquitetou o mundo, criou o homem e a mulher e nos deu através de uma simples lei de dez artigos a verdadeira chave do bem viver. 

Nos tempos atuais algumas pessoas objetivaram e conseguiram que os Estados ficassem separados das religiões, com afirmações de que eles são laicos e que não podem permitir nos seus ambientes que sejam cooptados e doutrinados novos fiéis. Quem assistiu pela Netflix o filme “Deus Ainda (não) Morreu” com certeza ainda lembra da história da professa de História de um escola secundária dos EEUU que era religiosa e temente a Deus, quando foi surpreendida por uma aluna que lhe perguntou sobre a vida do pastor Martin Luther  King (nome da escola) e ela respondeu fazendo uma tímida comparação com Jesus Cristo visto que ambos acreditavam no amor ao próximo, gerando desse comentário público em sala de aula a convocação do Conselho de Mantenedores da escola que lhe exigiu pronta retratação. 

Contudo a professora como não teve intenção de pregar religião na aula de história recusou o que lhe estava sendo sugerido, pois apenas respondeu uma indagação comparando a maneira de pensar e agir entre dois personagens da história. Em virtude de sua decisão ela foi processada pelos pais da aluna que não admitiam que a escola não tivesse outra finalidade do que ensinar. Foi no Tribunal que se desenrolou a discussão entre o Estado laico e Deus.

Vale a pena assistir o filme. No Brasil que desde o seu descobrimento a religião e o Estado conviviam harmonicamente com alunos nas escolas públicas tendo aulas de catecismo, com símbolos cristãos afixados nas paredes dos prédios públicos inclusive nas dependências dos fóruns e tribunais, que aos poucos foram retirados a pedido de pessoas com uma nova maneira de pensar que não admitiam referidos símbolos no âmbito da Administração Pública. E a vontade destes tem prevalecido -, porquê o Estado é laico. 

Só que com o lockdown os dirigentes públicos despoticamente resolveram também interferir nas atividades religiosas como aconteceu no domingo de Páscoa  em uma cidade do interior do Estado de São Paulo, quando o Padre da Paróquia resolveu celebrar o ato religioso através da mídia eletrônica estando presentes na igreja um diminuto número de fiéis. No meio da celebração aproximou-se um servidor estadual e disse no ouvido do sacerdote que este não poderia continuar a missa porque o governador tinha proibido qualquer aglomeração inclusive em templos e igrejas. 

O Padre humildemente pediu desculpas e encerrou o ato litúrgico. Atitude do preposto do estado de São Paulo chega a dar arrepio e lembra a Alemanha nazista quando os templos religiosos foram fechados e a existência de Deus simplesmente negada. A pergunta que não quer calar: será que um culto religioso com poucas pessoas tem o condão de propagar mais o vírus do COVID-19 do que um ônibus lotado de pessoas? 

Tem agentes públicos que não pensam porquê têm Juízes que admitem os exageros e prestigiam atos inconsequentes de governadores e prefeitos. É assim que caminha o país entre tropeços, tempestades, omissões e aos poucos sem Deus ...

“O COVID-19 além de matar revelou homens públicos despóticos, aniquilou com as finanças, desamparou chefes de família, fechou templos e igrejas e estáservindo de bandeira para uma guerra política. Não é apenas um vírus é um dos Cavaleiros do Apocalipse que veio para impor medo e triturar a democracia.”

Edson Vidal Pinto

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