Burrice Explícita!
Quando o aprendizado público e de um modo geral vai de mal a pior é sintoma de que o país retrocede apesar do avanço da tecnologia, porque as pessoas se deixam enganar facilmente por mentes perversas. Está visível aos olhos de todos que o ensino nas várias etapas do aprendizado perdeu o brilho de outrora pela absoluta falta de professores vocacionados -, estes sempre foram pessimamente remunerados mas nunca deixaram de cumprir suas obrigações com os alunos oferecendo sempre o melhor de seus conhecimentos.
Pertencer ao Magistério dignificava qualquer um no contexto social e nenhum professor era esquecido pelos bons exemplos, arte de dominar a didática e pelo que representava aos educandos na formação de suas bagagens de vida. Quem não lembra das aulas de aritmética no então curso primário quando a tabuada de “vezes” era recitada na sala de aula até o aluno saber “de cor” e “salteada”? As leituras de livros nas aulas de português? E as primeiras noções de história, geografia, desenho e de música? E com a chegada de um novo ano o aprendizado era mais intenso a ponto de exigir mais raciocínio e treino mental.
Depois surgiram novos métodos de ensino com apostilas e massificação de aprendizes não mais conhecidos pelos nomes e sim pelos números, com salas de aulas gigantescas onde o aluno ficou distante do professor e o diálogo entre ambos se tornou fortuito. Passar de ano escolar é facilitado pois ninguém pode ser reprovado para não se sentir inferiorizado ou traumatizado, a meritocracia cedeu lugar há uma nova ordem ditada por pedagogos voltados a uma ideologia canhestra que prega igualdade numa sociedade de desiguais.
A idiotia tomou conta do ensino e os professores desceram do pedestal para subirem em palanques eleitorais como líderes de uma nova Ordem político-partidária. E hoje testemunhamos uma geração que reclama, agride, exige direitos e não assume suas obrigações, que acha saber muito mas que é vazia e não sabe discernir o que esperar do próprio futuro. Esta é a realidade, claro que com honrosas exceções.
E por que fiz esta introdução na crônica de hoje? Porquê como analista e crítico do cotidiano ontem a noite assisti no SBT o “Programa do Ratinho”, uma baboseira que é bem melhor do que assistir os noticiários da TV porque serve para passar o tempo e desopilar o fígado. Num dos quadros do programa que era de perguntas de conhecimentos gerais para serem respondidas por moçoilas que em fila ficavam embaixo de uma enorme bexiga que era enchida de água e localizada sobre a cabeça de quem tinha de responder, e quando a resposta era certa o lugar era preenchido por outra moça e assim por diante até estourar a bexiga e molhar a “azarada”.
Daí então a constatação de atual ensino ministrado nas escolas. O apresentador perguntou:
- Quanto é cinco vezes seis?
- Dezenove!
- Não, é trin ...
- Trinta e sete!
E para outra:
- Onze mais onze é?
- Quarenta e dois!!
E depois:
- Como se escreve a palavra “casa”?
- Com ... z?
E a mais terrível de todas que eu ouvi:
- Para fazer uma vitamina de morango qual a fruta que devemos usar?
- Banana ?!!
Daí eu desliguei a TV e fui dormir pensando como uma pessoa como essa e tantas outras espalhadas por aí podem ter alguma consciência para exercer o direito do voto? É fácil concluir que um povo burro é fácil de ser conduzido porque não pensa nas consequências e nem se importa com o futuro.
Quanto pior o ensino melhor para piratas de um olho só porque como diz o ditado: “Em terra de cego, quem tem um olho é rei.” Ou alguém duvida que o Lula, Renan, Sarney, Ciro, Collor, Dirceu e gente desta mesma espécie perdeu um só dia a majestade? Basta saber ler os sinais que o cotidiano apresenta em muitos de seus lugares para cair na triste realidade ...
“Quando o povo é ignorante acontecem revoluções, ditaduras, comunismo e corrupção. Por quê? Porque a cultura afasta todos os males que perturbam a democracia e esmaga os medíocres.”
Edson Vidal Pinto