Quem Quer Enganar Quem?
Às vezes fico me perguntando como a classe média brasileira está aguentando o baque da economia e a inflação crescente que está sem coleira e ávida em abocanhar o dinheiro do bolso do consumidor. Digo isto porque mesmo na pseuda democracia que vivemos é a classe média que faz o dinheiro girar na sociedade e pelo número de seus integrantes dá significativo suporte a economia do Estado. E o cenário não está sendo favorável em decorrência dos reflexos da pandemia na indústria, no comércio, as perdas que tiveram os profissionais liberais (prestadores de serviços) e o torniquete que há mais de oito anos os governos têm imposto nos salários dos Servidores Públicos que estão defasados e sem um centavo de aumento.
Em contrapartida aumentaram as vendas de carros novos que sabidamente tem na classe média os seus maiores compradores e a venda de produtos alimentícios porquê ninguém vive sem comer. Tudo parece jogo de cena onde muitos ostentam para manter o status mas comem o pão que o diabo amassou. Nesta mesma aparência quando chega um final de semana acrescido de um só dia de feriado o fluxo de viajantes em direção às praias parece um exame de abelhas na busca do mel, apesar dos preços criminosos dos combustíveis, pedágios e nos lugares de recreação onde muitos comerciantes exploram os turistas.
Há anos o Imposto de Renda não está corrigido, os tributos de um modo geral estão caríssimos, as peças de veículos automotores e a mão de obra estão no preço de uma cirurgia de cataratas e nem pensar em depender de cheque especial porque será a falência maldosa e bem preparada por agiotas legalizados (os banqueiros). Este o cenário que me dá a impressão de ver e sentir. Daí insisto na pergunta: quem quer enganar quem? Sim, porque a classe média está diminuindo de tamanho e muitos estão transbordando para o lado da classe pobre mais remediada, porque a perda da situação financeira está sendo acentuada.
E àqueles que ainda permanecem no contexto da classe média com certeza estão se segurando com unhas e dentes para não perder a posição, salvo os oportunistas e bem apadrinhados que estão se dando o luxo da ostentação e de gastar sem se importar com o dia de amanhã. Mas para quem vive estritamente do salário privado ou dos ganhos do Ofício Público, paga impostos, previdência social, sustenta políticos a peso de ouro e quando se aposenta recebe proventos bem menores do que seus colegas que estão na ativa e fica lutando para viver com dignidade. Salvo os que tenham doença cardíaca grave ou doença periclitante para não descontar o punhado de dinheiro retido a título de imposto de renda.
E se a pessoa passou dos sessenta anos de idade e precisar comprar remédios para poder viver o desespero é ainda maior, pelos preços que paga para enriquecer os laboratórios e a quantidade deles que os médicos receitam sem um pingo de pudor e de respeito ao paciente. Parece que estamos venezuelando aos poucos num cenário propício aos que pregam ideologia, tudo adredemente armado pelos governos petistas que torcem pelo quanto pior melhor.
E quando a classe média exprimida deixar de existir o socialismo vai imperar no solo brasileiro porque nesta forma de governo só existe duas classes de indivíduos: a classe dominante composta pela elite dos ideólogos, oportunistas e delirantes; e a classe pobre que serve de massa de manobra. E a pergunta que não quer calar: até quando a classe média vai aguentar? O jogo necessita ser bem jogado para não matar a galinha dos ovos de ouro que dá suporte à democracia...
“Será uma sociedade de aparência onde existe um reino encantado e todos vivem felizes? Ou um espasmo social,- onde quem ostenta não é e quem é não ostenta num fingimento que esconde toda verdade”.
Edson Vidal Pinto