Eles Não Perdoam
Ontem à noite liguei meu rádio de pilhas na “Educativa” quando estava tocando “Saudades da Bahia” do saudoso e inesquecível cantor, compositor, poeta e pintor Dorival Caymmi um baiano que morou no Rio de Janeiro mas que nunca esqueceu de sua terra natal. Ninguém melhor do que ele soube falar compondo a nostalgia do mar, das ondas, das baianas de saia rodada, do céu da Boa Terra e da paixão pela sua culinária.
Seu jeito calmo e doce de cantar suas músicas empolgou gerações de fãs e quem ouve o som de suas composições é instintivamente transportado para a Bahia de Todos os Santos. E eu não fui exceção quando lá estive enquanto ouvia:
“Ai, ai que saudades tenho da Bahia;
Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia,
Não, não vai deixar a sua mãe aflita,
A gente faz o que o coração dita,
Pois este mundo é cheio de maldade e ilusão”
E numa fração de segundos lembrei do meu amigo e seu filho Danilo Caymmi, também músico, compositor, arranjador com igual bagagem de seus irmãos Dori e Nana Caymmi. Conheci o Danilo na casa de meu filho Luiz Gustavo, advogado, mas profundo conhecedor do mundo mágico das artes como a pintura, a escultura, a música e a vasta literatura de sua História.
E como diretor do museu Alfredo Andersen e artista visual ele sempre tem a oportunidade de conviver com artistas e muitos entram no rol de sua amizade. E o Danilo é um deles. E foi num destes encontros que eu o conheci e admirei suas composições -, claro, também a sua simplicidade, inteligência e fidalguia que é marca registrada das pessoas de bem. E na conversa que tivemos é que resolvi retratar o núcleo central desta crônica.
Ele me contou que os “artistas baianos” resolveram riscar o nome Caymmi da história da Bahia, tanto que não permitiram que o governo e nem a prefeitura de Salvador prestassem homenagens ao seu pai Dorival para marcar o centenário de seu nascimento. Este transcorreu sem nenhuma festa ou lembrança. Por quê? Por não aceitarem que nem seu pai e nem seus filhos não tivessem se engajado na ideologia cultivada hoje em dia pelo Lulapetismo, que na Bahia está sob a coordenação de Gil, Caetano e Betânia; e os artistas que não apoiam a “causa” estão fadados ao esquecimento e à execração pública.
É assim mesmo que funciona o esquema dos esquerdistas para colocarem em prática seus objetivos, sem dó e nem vela. Eu nunca mais esqueci da conversa com o Danilo e só hoje resolvi torná-la pública. É para servir de reflexão àqueles que acham essa gente do Luiz Ignácio flor que cheire bem, pois na verdade se você não aceitar as ideias que eles pregam você passa a ser inimigo e é odiado. Foi o que fizeram na Bahia há um de seus filhos mais queridos - o Dorival - que fizeram questão de não homenagea-lo nem no centenário de seu nascimento...
“Dorival Caymmi foi um compositor e músico além do seu tempo,- e amou a Bahia em versos e acordes. Um filho da Boa Terra que os esquerdistas exigem que seja esquecido. Assim é o lulapetismo, gente alinhada dentro de um pote de ódios!”
Edson Vidal Pinto