Edson Vidal

A Bandeira Vermelha do Alcaide

Para que serve a bandeira vermelha na pandemia do COVID-19? Com certeza para assustar o povo como prenúncio de que a morte está de tocaia se você sair na rua -, pelo menos é assim que pensa o alcaide curitibano e manda fechar o comércio, os parques e proíbe aglomeração de pessoas. Não creio nessa verdade. Quando a centenária e ordeira Associação Comercial do Paraná deixou de lado sua parcimônia para defender seus associados publicamente, pedindo ao governador e ao prefeito que adequassem mais os decretos para não sufocar de vez a atividade comercial foi prontamente atendida. 

Apesar do anúncio dando conta do aumento da contaminação e falta de vagas em UTI, por ser a semana dos namorados, a bandeira mudou de cor e passou a ser laranjada. Tem explicação? Acho que tem. As autoridades públicas quando não são pressionadas agem despoticamente pois quando tem de tomar medidas drásticas não sabe dosar a pílula para não prejudicar a economia. Nem o governador e nem o prefeito tem assessores com os pés no chão para orientar a melhor fórmula de adequar medidas sanitárias que atendam as normas de saúde respeitando a economia alheia. 

É claro que existe meio termo para tudo -, se não existisse como a Europa teria sobrevivido a gripe espanhola? E a varíola que surpreendeu o mundo? E entre nós a mais temível que foi o tifo. Nesta última epidemia (tifo) um irmão mais novo de minha mãe (Antenor) e sua esposa (Nair) contraíram a doença e foram internados no Isolamento Central do Estado onde minha avó materna (Benvinda) foi instruída como cuidar do casal, pois a Secretaria de Saúde determinava que uma pessoa da família fosse encarregada de atender os seus doentes. 

Meus tios não resistiram a doença e morreram no intervalo de uma semana, deixaram um filhinha de um ano de idade (Marli) e minha avó sobreviveu. E os cuidados? Máscara para tampar o nariz e a boca e álcool para desinfetar as mãos. Nada mais. Mas Curitiba não fechou o comércio, o trabalho não foi prejudicado e ninguém foi impedido de ir e vir. E hoje em dia com toda a tecnologia a serviço da Medicina e possibilidade de informação rápida não existe justificativa para querer lacrar uma cidade e impedir o fluxo normal da economia. 

E vamos imaginar que o vírus permaneça mais algum tempo entre nós para ser exterminado, a economia do mundo vai parar? Ora, nem tanto o céu e nem tanto a terra, vale nestas horas um pingo de bom senso. Quer uma prova de burrice? O alcaide fecha os parques públicos e para isto proíbe que os usuários possam estacionar seus veículos nos locais. Pois bem, os parques estão lotados e os veículos estacionados nas imediações destes logradouros. 

E fechar por quê os parques? Não é recomendado pelos médicos (pró e contra a Ivermectina) que as pessoas tomem sol para aumentar a vitamina “d”, fazer muito exercício e respirar o ar puro?  Aonde? As academias estão fechadas, andar nas calçadas é perigoso e tomar sol na praia está proibido o acesso? Está na hora do governador e do alcaide acordarem para não serem tripudiados quando tiverem que comparecer em público, há não ser que queiram passar o “carão” que o Luiz Ignácio tem passado… 

“Governador e Prefeito são cargo eletivos com mandatos certos e nãoditadores ou monarcas. O Poder é efêmero. A economia impulsiona o mundo. Em tempo de pandemia há de prevalecer sempre o bom senso sem matar a galinha dos ovos de ouro.”

Edson Vidal Pinto

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