Serviço Público?
Na estrutura do chamado serviço público existem setores disfarçados que ao invés de servirem os contribuintes se prestam unicamente para atender os interesses de seus acionistas. Sabidamente há nível federal nada mais é danoso ao bolso dos brasileiros do que a Petrobras. Como detentora exclusiva do petróleo nacional referida companhia é a principal responsável pela inflação e sendo gigante na economia impõe sem pudor os preços dos derivados do petróleo sem disfarçar a mínima culpa. Além de ser um verdadeiro cabide de empregos com cargos comissionados de valores irreais é uma sinecura que agrega funcionários muito bem remunerados.
Se o governo vendesse este mostrengo e abrisse a comercialização para que outras companhias da área disputassem o mercado, com certeza tornaria bem mais acessível o preço dos produtos no varejo. Hoje não mais prevalece a frase patriota de que “o petróleo é nosso” porque na guerra um país para dominar o outro ou simplesmente detonar o adversário não precisa mais de petróleo, pois basta apertar o dedo num painel de armas nucleares. A Petrobras não presta serviço público pois é imprestável para o contribuinte que precisa de seus produtos.
E nesta mesma toada constatamos duas companhias paranaenses que perderam suas identidades de prestadoras de serviço público: a Copel e a Sanepar. Luz e água dois produtos que ajudam a inflação subir alguns dígitos, que por serem essenciais há vida moderna deveria merecer rígido controle por parte do governo.
Mas este embora tenha ações majoritárias nos respectivos Conselhos nada faz para obstar a gula dos acionistas. E por que não privatizar ditas companhias? Com certeza porque dentro delas tem muitos cargos comissionados que interessam os políticos para nomear seus ungidos e os consumidores que se lasquem. Esta é a a realidade nua e crua do porquê não interessar a privatizações. São bolsas de empregos disputadas nos bastidores por quem tem muito cacife de votos. São duas companhias que prestam serviços para os bolsos alheios. E fugindo um pouco do tema me lembrei da Itaipú Binacional - a nossa Vaticano brasileira- que é um mundo aparte do Estado, ninguém sabe o que acontece intramuros naquela que é a sociedade verdadeiramente secreta. Ninguém sabe quanto arrecada, quanto gasta, nem sabe onde o dinheiro vai, sai ou se desaparece.
O Tribunal de Contas da União não tem atribuições para fiscalizar e os cargos são milionários para quem tem um padrinho que indique. A ex-governadora Cida Borghetti tem um cargo de conselheira com a obrigação de comparecer em Foz do Iguaçu uma vez por mês para participar da reunião, com jeton mensal igual ao que ganha um ministro do STF. Opositores disseram que a nomeação foi uma vergonha mas seu marido, líder do governo federal na Câmara dos Deputados, refutou a insinuação afirmando que o Presidente a nomeou como reconhecimento pelo alto trabalho e competência com que ela se houve no cargo de governadora. E o pior que a gente não pode rir para não doer os dentes.
E a Administração do Estado brasileiro segue invariavelmente neste mesmo ritmo sem ninguém para peitar tanta safadeza. E o pior: conselheiro da Itaipu tem mandato e não pode ser exonerado ad nutum. São as tais Casas da Mãe Joana onde só falta um foco de luz vermelha para identificar seus negócios…
“Tem companhias públicas só de nome porque não cuidam do bolso dos contribuintes. Copel e Sanepar tiveram os custos de seus produtos taxados vinte vezes mais do que índice anual da inflação. Uma cretinice explícita. E a Itaipú continua mais secreta do que nunca!”
Edson Vidal Pinto