Cacique Sem Tanga
É sabido que na tribo cacique sem tanga não manda nem em Índia velha, porque com tudo à vista o homem branco leva tudo na gozação. E não é bom para os guerreiros verem seu líder sendo debochado porque até índio acha engraçado. O pajé que é o mais sábio do grupo diz que “cacique velho quando não se aposenta perde a tanga e o respeito”.
É por isto que o Roberto Requião perdeu a convenção do MDB para o jovem líder deputado estadual Anibelli Neto -, pois sua liderança escafedeu-se há muito tempo quando foi derrotado na tentativa de ser reeleito senador pelo Paraná. Homem que carrega nas mãos o Manual do Pacto de Puebla como catecismo ideológico e que sempre conviveu de amores com o Lulapetismo e o Foro de São Paulo, foi mais um pseudo socialista que só desfrutou do poder e usufruiu do bom e do melhor que o estado lhe propiciou. Como governador por duas vezes foi mais folclórico que dirigente pois protagonizou episódios grotescos e dirigiu a famosa “Escolinha do Requião” que era transmitida toda segunda-feira de manhã pela TV Educativa, quando aproveitava para atucanar seus secretários e distribuir “pitos” e grosserias entre seus fiéis colaboradores.
Sarcástico e verborrágico intimidava quem não o conhecia o suficiente. No chamado “anos de chumbo” foi uma voz sem som, pois permaneceu mudo e calado. Com o retorno da “democracia” infernizou como senador os governadores do Paraná impedindo celebração de empréstimos e toda a sorte de benefícios para o estado. Como senador foi o melhor político de Santa Catarina. Sempre desconsiderou o valor do funcionário público, angariou inimigos e perdeu a reeleição para o Senado que considerava favas contadas. Tanto que saiu em campo para fazer política para o Nelton, um político obscuro que concorria à outra vaga e no final ambos foram nocauteados fragorosamente nas urnas.
Bem poderia se recolher na sua insignificância e usufruir da polpuda aposentadoria de senador e do dinheiro que ganhou como “servidor público” , torcendo na arquibancada para que seu filho continue há representá-lo na conhecida dinastia política de pai para filho. Mas sem domar sua própria índole arrotou que seria o próximo governador do Paraná e para conseguir seu intento teria que presidir o partido político do MDB. Mas perdeu feio. Como todo político derrotado alardeou na mesma hora que vai mudar de sigla e a “presidenta” Gleisi Hoffman do PT arreganhou-se toda para lhe oferecer um lugar de honra no partido, aliás namoro mais antigo que andar para frente.
Mas ele vá para onde quiser ir e dispute o cargo eletivo que lhe der na cabeça mas sua caminhada política não tem mais luz e nem voto. Uma pá de cal é suficiente para enterrar de vez seu retorno à política. Por quê? Porquê as urnas mais cedo ou mais tarde não se apiedam dos maus políticos …
“Para um octogenário voltar a ter sobrevida na política, depois de ter sido escorraçado nas urnas, dependeria de uma biografia respeitável ou que a pandemia do COVID-19 matasse todos os seus adversários. É por isto que o Requião está frito!”
Edson Vidal Pinto