Edson Vidal

Vadiagem Oficializada

Quando deparo com alguém com ar sofrido, roupas rotas, barba por fazer pedindo esmola na esquina de uma rua não sei se ignoro ou sinto pena. Tem alguns que seguram uma tabuleta escrita “estou com fome” e mulheres vem próximo do vidro fechado do carro, com criança no colo, com uma das mãos abertas implorando uma moedinha qualquer. Cenas como estas estão por toda cidade sem contar com grupos de pessoas instaladas sob marquises de prédios, dormindo sobre papelões nas calçadas causando transtornos para muitos e comiseração para outros. Dar ou não dar esmola, eis a questão. 

Participo de uma entidade de homens livres e de bons costumes, temente a Deus, que permanentemente ajuda necessitados porque acredita na dignidade da pessoa humana. Uma coisa é ajudar quem trabalha cuja renda não supre as necessidades básicas da família -, outra coisa é simplesmente doar para quem vive do ócio.

Sim, porque tem muitos que tiram proveito da vagabundagem para poder viver às custas do Poder Público. E não critico a Bolsa Família como verba pública que aquinhoa famílias que vivem em lugares distantes e ermos na chamada linha da pobreza, que nasceram e nunca tiveram a oportunidade de encontrar trabalho produtivo. O trabalho é muitas vezes braçal e a renda só dá para comer. Embora o governo pudesse exigir destes beneficiários uma contraprestação para não perpetuar o auxílio. Como ? Com políticas públicas que pudesse suprir as necessidades das famílias ensinando ler e escrever, cursos profissionalizantes e conhecimento da arte menos rudimentar da pequena lavoura familiar. Claro que cada região do país com projetos que atendesse suas reais peculiaridades. Igual tratamento àqueles que vivem nos bolsões de pobrezas nas periferias das cidades. 

Seria ato governamental de assistência e não de assistencialismo. E os vadios urbanos ? Os andarilhos que perambulam sem eira e nem beira pela cidade, muitos alcoolizados, outros como zumbis humanos assustando crianças, pedestres e motoristas. Quem são eles ? Os espertalhões profissionais que usufruem do ócio. Vi no Facebook um vídeo feito por um guarda municipal de Niterói - Estado do Rio de Janeiro, conversando com um destes vagabundos de língua solta que não se fez de rogado para dizer como vive às custas do dinheiro dos contribuintes:

- Eu estava em São Paulo porque minha avó tinha falecido e logo voltei para Niterói …

- Por quê ? - perguntou o guarda.

- Porque aqui recebo R$ 1.002,00 de aluguel social, mais auxílio de R$ 600,00 e R$ 500,00 de cartão , sem precisar fazer nada. E ganhei um apartamento do programa “Minha Casa é Minha Vida”…

É por isto que diariamente aumenta o número de desocupados nos espaços públicos das cidades. E os governos não fazem muita questão de saber se quem recebe efetivamente faz jus ao benefício, porque nesse grupo de indigentes estão os votos para futura reeleição. É o chamado  “curral” eleitoral moderno. E quem paga a conta ? Claro que é o contribuinte e ninguém mais, desta forma os governos fazem favores com os chapéus alheios.

E pelo andar da carruagem já está institucionalizado o auxílio estatal e nenhum Chefe de Governo vai querer se atrever a cortar tal regalia. É por isto também que o erário fica sem dinheiro e deixa de realizar obras básicas de saneamento ou de políticas públicas que possam beneficiar a população trabalhadora…

“Dar esmola contribui para a ociosidade. Melhor doar cesta básica ou quantia de dinheiro para um gari que trabalha mas não tem renda suficiente para alimentar a família. Sem trabalhar ninguém merece comiseração.”

Édson Vidal Pinto

 

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