O Circo de Horrores
Ninguém duvida que a pandemia da COVID-19 no Brasil virou caso de politicalha, pois desde o início a classe médica divergiu quanto adotar ou não o tratamento precoce com uso de medicamentos populares, ficando a critério de cada médico recomendar aos seus pacientes o que melhor entendia sobre tão obscuro mal que surgiu de repente e assombrou o mundo. Ninguém na ciência médica sinalizou um tratamento que pudesse ser considerado cientificamente indiscutível, daí porquê cada profissional da área usou de seus próprios conhecimentos e experiência para adotar o tratamento que entendia ser o mais correto. Circunstância normal e aplicável há qualquer espécie de nova doença.
Não fosse assim a Medicina não avançaria na arte de curar e ficaria atrelada até que a ciência laboratorial definisse o melhor tratamento, obviamente descartando o reconhecido direito do médico de receitar remédios. Também os Magistrados começaram a decidir questões sobre o assunto retirando do Governo Federal, como nunca foi feito anteriormente em ocasiões similares, a exclusividade do Ministério da Saúde ditar regras de procedimentos visando orientação única de cuidados para prevenção da pandemia.
E o pior de tudo foi quando o STF determinou ao Senado da República a instalação de uma CPI para apurar a responsabilidade do Governo Federal frente ao número de mortes decorrente do malfadado vírus. A CPI não só pretende alcançar com o relatório final o Impeachment do Presidente da República, como adentrou nos meandros da ciência médica para dizer que o tratamento precoce foi criminoso para motivar o circo que criou, “esquecendo” contudo de ouvir sobre o tema os dirigentes do Conselho Federal de Medicina. Este o Órgão representativo da classe médica e único responsável pela punição daqueles que ministraram medicamentos sem atender os parâmetros do conhecimento ou de sua licitude.
Claro que no conjunto da obra o imbróglio transcendeu a própria pandemia. Só esqueceram de noticiar também que no Brasil graças aos bons profissionais da medicina morreram menos infectados do que nos EEUU, Itália e França. E agora com a vacinação em massa, que no princípio gerou certa apreensão mas que na prática está tendo resultado altamente positivo, porque diminuiu o trágico quadro de falecimentos dentre os infectados, surge agora para aparecer o Ministério Público Federal. E sabe para quê ? Parece piada mas é para apurar a responsabilidade dos dirigentes do Conselho Federal de Medicina por não ter punido os facultativos que ministraram tratamento precoce para a COVID.
Uma aberração sem tamanho. Tudo política e nada mais do que política. Aliás a tal Defensoria Pública anteriormente tinha pedido igual providência. Para que mesmo ? Para punir “exemplarmente” os médicos preocupados em impedir que pessoas pudessem ser infectadas pelo vírus chinês. Deus do céu o que está acontecendo neste país ? Ou melhor : o que será que falta acontecer no país? Não é possível tanta desfaçatez! As Instituições querem autonomia e depois que conseguem seus agentes esquecem de suas reais atribuições e passam a atuar ideologicamente, instaurando procedimentos de cunho político e sem nenhuma outra sustentação. Ora, querer punir o médico no seu direito de tentar previnir doença é um acinte, um atentado contra o bom senso de qualquer individuo de inteligência média. O Brasil parece mesmo um grande circo de horrores e enquanto não retornar àqueles Cubanizadores o triste espetáculo não terá intervalo …
“Punir o médico porque no livre exercício de sua consciência profissional optou por ministrar tratamento precoce para a COVID, é uma grande farsa jurídica. É o mesmo que tentar punir o Juiz, o Promotor, o Engenheiro e o Dentista por terem querido cumprir seus misteres e serem castigados por isto. Onde será que anda o bom senso ?”
Édson Vidal Pinto