Dinheiro Não Nasce Em Árvore
Controlar o gasto da Administracao Pública para que haja equilíbrio nas contas do governo não é tarefa nada fácil, principalmente quando surgem despesas inesperadas no caminho. O governo Bolsonaro neste ponto não teve sorte porque desde o início do mandato tem enfrentado problemas críticos e incontornáveis. O primeiro deles foi a pandemia da COVID-19 que começou como um furacão arrasando com o setor produtivo ao obrigar a indústria e o comércio a fechar temporariamente as portas com reflexos negativos à arrecadação do erário público. E dinheiro que não entra no cofre é sinônimo de endividamento.
Acho que ainda nem foi divulgado o valor gasto só na compra de vacinas para a população toda, sem contar as despesas com apetrechos de enfermagem e transporte dos mesmos por terra, mar e ar. A urgência era tanta que os gastos não devem ter sido medidos com suficiente acuidade por faltar tempo para negociar e regatear o preço da compra dos produtos. Mas com certeza as cifras desembolsadas devem ter sido significativas. Outra despesa premente e decorrente das perdas econômicas da pandemia, está em dar amparo às pessoas de menor poder aquisitivo para suas subsistências.
Como é sabido o empobrecimento do povo brasileiro agravado também pela inflação apesar do assistencialismo governamental com a chamada “ Bolsa Família” e de um ano e meio para cá com verbas denominadas de “auxílio emergencial”, esta destinada para socorrer temporariamente o desafortunado trabalhador presentemente está no palco central das discussões para que seja paga por tempo indeterminado. É claro que o ministro Guedes da Pasta da Fazenda sabe que a continuidade deste auxílio representará um perigoso rombo no orçamento e com reflexos danosos mais para frente. Mas ele está acuado e sem saída para se opor ao repasse pretendido também pelo Presidente, que sabe que a manutenção do auxílio lhe trará dividendos políticos, vai ter de encontrar através de uma química financeira para saber onde encontrará o numerário suficiente para fazer frente a estas despesas.
Evidente que algum ou alguns Ministérios terão verbas realocadas. É como fazem os governos de um modo geral quando têm de enfrentar despesas prementes. E como sempre para atiçar com seu tridente odioso o Luiz Ignácio anunciou pela imprensa marota que se ele fosse Presidente daria um auxílio emergencial aos trabalhadores de R$ 600,00 por mês, obviamente como todo pródigo apenas alardeou o valor com a intenção de querer ver o circo pegar fogo. Tudo colocando em xeque-mate o governo federal. E agora ? O governo não terá outra alternativa se não dar o “auxílio emergencial” restando saber apenas o valor do repasse, pois com certeza vai socorrer e apaziguar um pouco a insatisfação daqueles que precisam. Só que dinheiro não nasce em árvore e o endividamento público gera consequências nefastas em desfavor de todos os brasileiros, contribuintes ou não. E um Estado endividado é obstáculo para a cidadania, políticas públicas e zelo social. O ministro Paulo Guedes está com um abacaxi nas suas mãos pois se negar o bicho pega, se pagar o bicho come …
“Ninguém nega o empobrecimento do brasileiro em decorrência da Covid-19 e da inflação de dois dígitos. O Auxílio Emergencial é solução paliativa. Só que dinheiro não cresce em árvore e sem ele a economia é uma grande incógnita.”
Édson Vidal Pinto