Virar a Página e Ponto Final
Tem ocasiões em que a autoridade pública deve ter peito e decidir de acordo com o melhor bom senso, não confundir isto com atitude despótica que é bem diferente. Todo aquele que tem o poder de mando e a caneta cheia para decidir não deve tergiversar e nem tentar colocar panos quentes quando existem opiniões divergentes que querem porque querem a realização de um evento sem avaliar as suas consequências.
Os mandatários porque eleitos pela maioria dos votos dos eleitores quando investidos no cargo devem zelar pelo bem estar de todos, independentemente de cores partidárias ou ideológicas. Exemplo ? O carnaval do próximo ano. A pergunta que está no ar : deve ou não ser realizado o carnaval quando a pandemia da COVID recrudesce na Europa e ainda não recebeu a devida “alta” das autoridades sanitárias do país ? É claro que em certas cidades brasileiras o carnaval está impregnado na vontade do povo e além do mais é causa de vultuosa arrecadação econômica para o comércio e também para os cofres públicos. Basta olhar para trás e lembrar dos carnavais no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Florianópolis que são carros-chefes do triduo Momesco que empregam milhares de pessoas que conseguem sobreviver e manter suas famílias. O carnaval é mais do que uma festa porque é uma verdadeira indústria turística pois movimenta pessoas vindas de todo o mundo e lotam as redes hoteleiras.
Claro que além disto existem muitas outras coisas envolvidas pois os preparativos levam um ano inteirinho e a expectativa de sambar para muitos é sempre crescente. Mas entre a saúde e a diversão o momento não permite brincar com a sorte. Para nós curitibanos da gema e também para os das cidades do interior do estado o carnaval é sinônimo de retiro religioso, mesmo para quem pula na rua atrás do batuque de um bloco carnavalesco ou nas nossas praias atrás de um trio elétrico barulhento e sem animação, porque não está no nosso gene. Fácil para o governador e os prefeitos municipais lúcidos simplesmente não programarem o carnaval porque o nosso “folião” não vai reclamar muito. Mas nos centros nervosos onde o carnaval é prá valer o mandatário tem que agir com autoridade e dizer com todas as linhas e cores que não se brinca com a saúde e portanto o carnaval de 2.022 não vai ser realizado. Claro que a Rede Globo vai bater o pé dentro da irresponsabilidade que lhe compete, como foi no corrente ano quando a pandemia se expandiu.
Ou ninguém mais lembra disto ? Somente há alguns dias atrás não temos tido óbitos da COVID em números assustadores, no Brasil tem muitas pessoas que ainda estão infectadas pelo vírus e estão morrendo. Não dá para relaxar, abaixar as máscaras, deixar o álcool gel de lado e entrar na folia porque na multidão estarão muitos estrangeiros e ninguém garante não estejam infectados. Diferente dos torcedores de campo de futebol do país onde todos estão vacinados e o risco de recomeçar nova pandemia é mínimo. O brasileiro conscientizou-se da necessidade da vacina e tem agido com diligente prudência daí porquê a pandemia está evaporando. Mas não é hora de brincar , por isto o carnaval de 2.023 será melhor ainda com aqueles que vivem para pular, mas que pulem de alegria e não sobre nossos mortos …
“Na pandemia não teve aula presencial, nem festa de casamento, nem torcedor no campo de futebol porque a autoridade pública vetou as aglomerações. Claro que isto gerou caos econômico para particulares e governos. Não é hora para o Carnaval. Simplesmente porquê com a SAÚDE não se BRINCA.”
Edson Vidal Pinto