Novamente? Socorro !!!
Pronto, passou o Natal o Papai Noel foi embora para o Polo Norte e recomeçou a anunciada guerra sem fim com a Editora Três, a infeliz produtora da terrível e indigesta revista mensal “isto É “. Quem acompanhou pelas minhas crônicas anteriores a triste epopeia que tivemos em família para não renovar as assinaturas que minha mulher mantinha com as revistas “Isto É” e “Veja” (esta da editora Abril) depois de vencidos os respectivos contratos, pois os vendedores terceirizados que conheciam o número do seu cartão simplesmente tentavam renovar criminosamente ditas assinaturas junto a Operadora do Cartão de Crédito sem a devida autorização, quando então travei dura batalha de quase dez meses para vencer ambas as editoras no cansaço.
Claro que na condição de titular do Cartão pedi o estorno do débito indevidamente lançado e também me vali da Associação de Defesa do Consumidor que edita a revista “Proteste” de São Paulo do qual sou associado, que notificou ambas as empresas quando só então cessou o envio das revistas e as ameaças telefônicas que prometiam protestar os respectivos títulos (?). Títulos sem aceite e sem causa ? Uma excrescência jurídica. Só assim que durante os últimos dez meses tivemos paz de espírito e paramos de ter sobressaltos na hora de atender o telefone de casa. Mas a alegria de pobre dura pouco. Nas últimas três semanas minha mulher novamente tem recebido a revista “Isto É”, edição de assinante, em nossa casa que só na leitura do conteúdo das capa foram solenemente jogadas no lixo.
Não nos preocupamos nem em romper o plástico que ensacavam dita cuja revista. Pois a linha editorial sabidamente é de um jornalismo de baixa qualidade e de reportagens inverídicas e tendenciosas que não fazem parte de nossas leituras, razão pelo qual deixamos de ser assinantes. Mas parece que acabou a trégua e a editora Três de duas uma : ou está remetendo as revistas para daí tentar renovar a assinatura sem autorização ; ou está remetendo a revista como subterfúgio para fazer propaganda eleitoral gratuita em desfavor do Bolsonaro. Mas acho que vou começar a me incomodar com essas investidas pois alguma coisa mais grave ainda poderá acontecer no futuro próximo. Se a revista em questão fosse de primeira linha e contivesse reportagens assinadas por jornalistas reconhecidamente competentes e isentos, com certeza a editora não remeteria para a casa de ninguém sem antes ter certeza da lisura do contrato com seus assinantes.
Mas sendo picaretagem da imprensa marrom tudo pode acontecer pois é difícil saber ao certo a real intenção da remessa feita para um leitor que não é assinante e que se recusa a ler uma droga em forma de revista. Este é o país onde vivemos : recebemos revistas de “assinantes” sem nenhuma contratação prévia; recebemos “cartão de crédito” sem pedir; financeiras invadem o nosso WhatsApp oferecendo crédito que não nos interessa; e quando tentamos abrir um crediário ao declinar o nosso endereço residencial a nossa palavra e assinatura não bastam, pois temos que fazer prova através de um comprovante de luz, água ou telefone. É o fim da picada.
As vezes dá vontade danada de fazer como o Jô Soares fazia no seu excelente programa “Viva o Gordo” da antiga TV Globo, quando encarnava um paciente entubado e quando o médico tirava o tubo que o mantinha inconsciente alguém contava o que estava acontecendo na política nacional e ele então gritava : “ Ponha o tubo!” Pois estou chegando quase chegando lá, está faltando muito pouco para eu gritar: “Parem o planeta, pois quero descer …”
“A vida do consumidor num país com arcabouço jurídico estapafúrdio é uma epopeia sem fim. Sempre existe uma surpresa ou uma armadilha para o incauto afundar em preocupações”.
Édson Vidal Pinto