Edson Vidal

Quem Pode Manda.

(Crônica No. 3.189).

É, não adianta bater o pé e nem pedir Justiça quando as autoridades civis e militares do país ficam de joelhos e beijam as mãos daquele que chega, bem ou pessimamente, no poder. Num país presidencialista o candidato uma vez eleito é a bola da vez, pois manda e desmanda mesmo que ainda não tenha tomado posse. É a velha história : rei morto, rei posto, viva o rei ! Nunca no Brasil houve uma eleição tão discutível em razão de  um resultado imprevisível que ressuscitou do sarcófago uma múmia sem eira e nem beira, que jazia esquecida num minúsculo salão de um pirâmide soterrada pela areia do deserto. E no meio de tanta obscuridade e mistério, da urna surgiu o Luiz Ignácio, pomposo, falante, mentiroso e Mandrake que consegue hipnotizar najas e homens, vendendo ilusões e prometendo o céu. Sem se importar com o grito dos inconformados e sempre rodeado  por um séquito de adoradores, a primeira providência, é claro, foi propor a reforma do Orçamento Público recém aprovado. Uma abertura para um rombo econômico com consequências graves para o povo. Mas para ele pouco importa porque sua vontade é governar através do populismo e não por meio de políticas públicas responsáveis, e sem surpreender ninguém, porquê foi sempre assim a marca dos governos petistas. 

E parece não haver mais dúvidas da sua posse -, o que será um desastre para a Nação. Nos próximos dias será anunciada a nova equipe de ministros de estado e àqueles que serão ungidos para dirigir estatais, a direção da Itaipu, bem como, dos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal dentre os cargos mais disputados, que será um filme de terror com  enredo  de uma tragicomédia. Pois só de pensar num Haddad, num Requião, num Gil, numa Gleisi, numa Benedita, numa Simone Tebet, num Willys , num Samek ou num Mercadante em postos chaves do governo faltará pomada para curar brotoejas. Pobre Brasil. Mas se ficar apenas tentando organizar a melhor forma de usufruir do poder e apaniguar seus ricos financiadores - banqueiros e grandes empresários - como fez nas duas vezes anteriores, o trauma será menor ; porém se quiser comunizar o país haverá reações e uma guerra fratricida. Pois o país está dividido e seus opositores não estão vencidos, continuarão vigilantes, atentos e dispostos, se preciso, para combater o bom combate. Ninguém é herói, muito menos, uma barata. Ninguém vai calar a metade de uma população e nem dobrar a vontade desta de viver num pais democrático para si e seus filhos, apesar de um STF  sem brilho e as FFAA sem élan. Enquanto o novo governo se instala uma parte significativa de eleitores vão para as trincheiras, sem medo da nova ordem e das injustiças que poderão advir para cada cidadão. 

Por enquanto é melhor entrar num compasso de espera, mas de olhos e ouvidos bem abertos, assistir as cenas mirabolantes de uma posse de quem não tem um pingo de credibilidade, e avaliar para que lado vai rumar o barco da Pátria a fim de poder decidir o que fazer …

“A paciência chegou no fim, pois vivemos num país em que : quem pode, pode; e quem não pode se sacode. E agora quem pode é o    Luiz Ignácio - a bola da vez -, o momento é traumático. A única saída será se acomodar na trincheira.  Mas esmorecer, jamais !”

Atenção: As opiniões dos nossos colunistas, não expressam necessáriamente as opiniões da Revista Ações Legais.