Edson Vidal

Silêncio Sepulcral

(Crônica No. 3.200). Pela inusitada aceitação e escancarado júbilo  das entidades de classe da Polícia Federal,  pela indicação de um conhecido comunista maranhense como titular da pasta da Justiça do próximo governo; ou pelo obsequioso silêncio da Imprensa , noticiando apenas e sempre com empolgação as esperanças depositadas no governo que se avizinha; e quem sabe até pelo silêncio tumular do Clero brasileiro manietado na sombra de  seu chefe Francisco, um argentino que sentou no trono errado; por isto, tudo, dá um certo temor de que ninguém está se importando com a posse de um ladrão no cargo de Presidente da República. Nesta altura dos acontecimentos, os os Militares no compasso de espera e tímidos  em dar o primeiro passo, dão a nítida impressão que só os cidadãos que pensam e sabem que o futuro será desastroso para todos, é que vivem no delírio de esperar que um milagre aconteça. Neste cenário de horror é  forçoso reconhecer que Maquiavel tinha razão quando escreveu  que um povo que não se insurge contra as injustiças e as patifarias de seus governantes, não pode nunca  querer viver em liberdade. E é a mais cristalina verdade. Estamos nos sentindo como se estivéssemos em fila, subindo o cadafalso em direção à guilhotina como cordeirinhos, achando que tudo não passará de uma encenação petista e que no final quando a pesada lâmina decepar nosso pescoço vamos todos juntos acordar no Nirvana. Felizes e alegres mas sem a cabeça. Muito bom, dirão os otimistas, porque só assim acabarão as nossas preocupações. Estamos, contudo, na verdade, vivendo neste período  pós eleições , no protagonismo de um pesadelo que não tem fim -, embora existam evidências no ar de que uma bomba está prestes a explodir, só que está faltando alguém para apertar o botão. Um panorama surrealista de angústias e incertezas, enquanto isto o ladrão vive cercado de seguranças e policiais federais, todos dispostos não apenas em proteger o seu futuro chefe dos “manés” inconformados com uma eleição sob suspeição, como, também dispostos a dar o primeiro tiro. Este o momento de escuridão que envolve a sociedade brasileira. De repente surge num passo de mágica a esquecida Justiça Castrense que acolhe uma representação por crime de lesa à Pátria dirigida contra o Xandão, fornecendo um rastilho de luz e renovando a esperança de que desta vez possa existir um martelo de Thor para cair na cabeça dos corruptos e insanos. 
Temendo pelo pior o advogado do Xandão impetrou Habeas corpus, objetivando conseguir, mas foi negado, um salvo conduto para livrá-lo da prisão. É claro, atacando,  em paralelo, a incompetência da Justiça Militar de julgar um civil que, também, faz jus a há um foro privilegiado. Arguições descabidas, pois se o STF e o TSE têm julgado ao arrepio das leis e da própria Constituição, porquê um outro Tribunal Superior não pode adotar igual modelo? Olho por olho, dente por dente. Se o STF pode afrontar o império da lei, porquê o 
STM não pode ? Inexistem regras processuais a serem obedecidas porque todas elas foram violadas para poder anular os processos da Lava Jato e beneficiar o Luiz Ignácio. Estamos num país em que as leis são feitas para os inimigos enquanto, para os amigos, por mais ordinários e ladrões que sejam podem não apenas disputar como chegar à Presidência do Brasil. E os “manés”? Estes que continuem pagando impostos escorchantes, vivendo de aparências e acuados sob a Lei do Xandão e de seus pares. 
E o silêncio dos justos ? Ferem mais do que lâminas velhas de barbear, que rasgam a pele e doem n’alma. E pensar que faltam poucos dias para a posse do filho mais ingrato do Brasil, do predador e pródigo, do cara de pau que não tem sangue nas veias e nem moral para representar nenhum cidadão de bem deste país. Ele poderá, quem sabe, governar para os incautos e esquerdistas de ocasião, mas nunca para a turma do lado de cá, pois podemos até ser chamados de “mané” mas jamais de ladrões e corruptos …


“O tic-tac do relógio que não para, faz crescer a agonia pela falta de atitude. Existe ainda esperança apesar da paciência estar no limite. 
Calma “Não darei às costas  ao Brasil e tudo tem que ser no momento certo!” Tudo bem, mas bem que os ponteiros do relógio poderiam “andar” mais devagar, quase parando.
Para não se aproximar demais a posse do ladrão.”

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