Edson Vidal

Tucides, O Previnido.

Faz dias que não vejo e nem tenho notícias do meu amigo Tucides, por isto telefonei para ele e ninguém atendeu, daí resolvi visita-lo. Cheguei perto da sua casa (ele mora apenas uma quadra da minha) e me deparei com uma barricada nas imediações, impedindo o tráfego de veículos, e as poucas pessoas que passavam pela calçada apuravam o passo com medo de que pudesse acontecer alguma coisa. 
As janelas da sua casa estavam cercadas com arame farpado e as portas da frente e de trás tinham chapas de aço, que impediam que pessoas pudessem entrar ou sair. Cheguei no portão e gritei :
- Tucides ! Tucides !
Foi então que eu vi um periscópio sair vagarosamente do meio da graça, do gramado do jardim,  que girou cento e oitenta graus e que de repente sua lente  ficou fixa onde eu estava. E do muro, que prendia o portão, ouvi a voz do tucides que saia de um pequeno alto-falante instalado sobre o mesmo , quase imperceptível :
- Oi, amigo é você ? 
- Sim, pode me dizer  o que está acontecendo ? 
- Simples, estou escondido aqui e casa esperando o dia “D” …
- E por quê não atendeu meu telefonema ?
- Medo de ser rastreado  pelos  esquerdinhas do Luiz Ignácio; é por isto que estou entrincheirado esperando a hora da “limpa” …
- Sei, sei, pensei que você estivesse com Convid , por isto vim até a aqui. 
- Obrigado, mas não se preocupe : estou muito bem de saúde, tenho alimento em estoque para viver fechado por algum tempo sem precisar sair de casa, e milhares de pelotas de barro que eu fiz para me defender com minha cetra. 
- Então você tem certeza que as FFAA vão intervir e acabar com a farra dessa gente mal intencionara ? - perguntei. 
- Não tenho a menor dúvida !!! Cabeças vão rolar e muita gente vai fugir do país …
- Tomara. - respondi. 
- E você não fique na rua, volte para casa e fique recolhido até que o tsunami passe …
- Sim, sim, vou seguir seu conselho. Tchau, amigo.
- Tchau.
Dei meia volta e pensando nas palavras do Tucides apressei o meu passo para voltar para o meu apartamento. Parecia que estava demorando a chegar, pois não conseguia deixar de pensar no que disse meu amigo, por isto olhava bem para os lados com receio de levar um tiro. Vi de repente um helicóptero no céu e pensei que fosse uma aeronave estrangeira e só depois caiu a ficha, pois lembrei que ele era usado para voo panorâmico sobre Curitiba, saindo de sua base de apoio do Parque Barigui, bairro onde moro. Só então me senti mais aliviado. Que situação estranha é esta que vivemos , não é mesmo? Se ficarmos como está o bicho pega; se não reagirmos o bicho come. E com certeza o Bolsonaro vai reagir e comandar as tropas para o país não perecer. Será necessário usar a força , apesar da demora da intervenção, pois a fraude das urnas permite que o povo tenha esperança que o ladrão nunca vai subir a rampa do Alvorada. Enquanto isto, nesta semana, também vou ficar em meu apartamento para aguardar os acontecimentos; e da sacada com a luneta armada sobre o tripé, vou espiar os arredores e quando surgir um “soldado” do Luiz Ignácio disposto a fazer baderna, vou avisar o Tucides para ele arremessar com sua cetra, um pelotaço de barro na direção do inimigo para ele ver estrelas, de preferência quatro estrelas, com uniforme, comandando tropas e tanques contra os predadores da Pátria…


“É claro que a cobra vai fumar -, pois no momento certo o que está sendo esperado vai acontecer. Ninguém vai se assenhorear do país só com deboches, pompas e ameaças. Mesmo que custe caro; pois o Luiz Ignácio e sua gente, nunca mais !”

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