Demagogia a Arte da Enganação.
Sem me descuidar e nem dar motivos para o azar, da minha trincheira cívica ousei escutar o discurso do Luiz Ignácio, pronunciado no parlatório do Palácio do Planalto para seus militantes arregimentados de todas as partes do país. Segundo a gloriosa PM do Distrito Federal estavam presentes cerca de 300.000 mil pessoas, todas ansiosas para agarrar, beijar, amassar o terno, roubar a atenção e ouvir as palavras do poderoso e indestrutível “capo di tutti capo”. Não querendo comparar o aspecto apoteótico da encenada posse mas lembrava, de leve, dos comícios típicos do III Reino Alemão com bandeiras da mesma cor só que tremulando sob o céu de Brasília, e a massa humana de olhos vidrados no líder de todos os líderes. O Alckmin mal cabia de esperanças dentro de seu terno, por ser o herdeiro nos próximos 4 anos de mandato, caso surja alguma providência divina para o titular do cargo não prosseguir mandando. Escrevi que ele ( Alckmin) aparentava esperançoso com um eventual imprevisto; e não que estivesse desejoso que a sorte lhe acudisse. Porquê vice só é gente, quando o titular deixa a cena. Mas voltando ao discurso. Pelo que deu para depreender o Governo Bolsonaro foi uma praga daninha que serviu para desgraçar os governos petistas que o antecederam, pois foi descrito como sendo um abismo do inferno que interrompeu o avanço social do Brasil e simbolizou o atrazo do povo brasileiro. O Bolsonaro fugiu da luta e deixou um rastro de fome, miséria moral, dívidas impagáveis, o setor da saude doente, da segurança abraçada no crime e a educação servindo apenas para um covil de direitistas malignos. Pois bom mesmo foram seus governos quando conduziu com mãos firmes o país para um futuro próspero, combatendo a corrupção e não permitindo que ninguém abusasse do Erário Público. E num momento de pura humildade lembrou do golpe cometido contra a sacrossanta Dilma. Só não pude perceber muitos aplausos, talvez esteja ficando um pouco mais surdo. Nos aspectos mais significativos de sua peroração, o Luiz Ignácio, também disse, que vai governar para todos os brasileiros, sem distinção, pois a divisão entre classes tem que acabar, isto tudo depois de ter criticado com ódio nos olhos os inconformados que ficaram nas portas dos quartéis, demonstrando, assim, total incoerência no que estava dizendo. Aliás incoerências e mentiras foi a tônica de seu discurso, em que só um exímio demagogo sabe usar da oratória para engabelar os ignorantes. E o Luiz Ignácio é um exímio catedrático nesta arte da palavra fácil e inconsequente, para iludir a boa-fé alheia. Ele construiu sua carreira profissional na política usando e abusando de seu palavreado para boi dormir. Esta a síntese do discurso de um notório ladrão. Desliguei a TV. Pensei com meus botões : o pior vai começar de hoje em diante, primeiro dia útil, quando todos os ungidos vão assumir seus Ministérios para então começarem a destruir o país. Estou seriamente pensando em deixar o país, para morar bem longe onde não haja nenhum perigo de morte.
- Quer sair do país? Por quê não vai para bem longe ? - falou o Meu amigo Tucides. - Não pense duas vezes, pegue teu Fiat 147, cor avermelhado - Táxi, e vá residir no Morro do Alemão …
- Epa, calminha aí, meu amigo. - retruquei. - Eu disse que quero morar em outro país, e o Morro do Alemão fica no Rio de Janeiro …
- Sim, concordo - respondeu o Tucides - só que é um território independente com traficantes integrando o próprio governo, tem leis rígidas e deveres ditados oralmente e ninguém entra sem autorização, nem a Polícia Federal …
- Mas não conheço ninguém para me abrir as portas, pois nunca conversei e nem vi qualquer “autoridade” daquele lugar …
- Ora, meu amigo, fale com os advogados do Luiz Ignácio que moram em Curitiba e eles podem pedir que o ladrão interceda com o chefe daquela favela, para você entrar …
- É mesmo ? Não tem erro ?
- Erro nenhum, essa turma é muito unida e sabem trocar favores…
- Será que vou me acostumar ? - perguntei.
- Você sabe que lá é um paraíso para viver; talvez no início atrapalhe um pouco o barulho de tiros e os cadáveres prostrados nas ruas, mas você ligo se acostumara. Contudo acredite : será bem melhor do que viver no Brasil, inaugurado hoje pelo Luiz Ignácio…
“Não sei se vou ou se fico. Morar no país autônomo do Morro do
Alemão; ou ficar residindo no Brasil? Se ficar o bicho come; se correr o bicho pega. Eis a questão !”