Um Pior do Que o Outro.
Quando em atividade na vida pública e como professor de Direito Processual Penal no Curso do Prof. Luiz Carlos, preparatório para exames de Concursos Públicos de Ingresso nas Carreiras da Magistratura e do Ministério Publico, e também como palestrante convidado para participar em eventos universitários, perdi a grande chance de conclamar os alunos e ouvintes que vivenciassem a vida politica ingressando em algum Partido Político que achassem melhor,bem como, concorressem como candidatos nas eleições para propiciarem a oportunidade dos eleitores terem melhores opções para votarem bem. Hoje sei que cometi uma falta imperdoável porque em todas estas ocasiões defendi que a atividade política partidária é leviana e só se presta àqueles que tem pouco há perder; pois o ambiente de trabalho é de barganhas, negociatas e faz o indivíduo perder aos poucos pela convivência com seus pares a própria dignidade. Hoje, lamento pelo grosseiro erro cometido, pois ficar alienado da atividade política partidária é dar às costas ao município, ao estado e ao país. Por quê ? Porque são os políticos que governam ou elaboram as leis,- dois principais alicerces que sustentam a economia, dão direção nas políticas públicas e propiciam melhores condições de vida aos cidadãos. País que tem cultura política goza de melhor estabilidade democrática e tem luz própria para aclarar o caminho do progresso. Bem diferente do que ocorre em nosso país. Quando nascemos nossos pais querem que sejamos torcedores do mesmo time de futebol que eles, e quando um é do time adversário do outro, usam de todas as artimanhas como isca para nos apanhar na rede do time de suas preferências. Lá na América é totalmente diferente, a criança quando nasce já é registrada no partido político de seus pais, sendo incentivada a participar de convenções partidárias para escolha de candidatos e dos pleitos políticos. Nós no entanto temos um certo asco com a política por causa dos políticos que habitam nos galhos de nossos parlamentos. E o pior : são sempre os mesmos, quando não, de pai para filho. E quando não temos um leque de nomes para poder escolher numa eleição, procuramos alijar o mais nocivo, indesejável ou descartável porque encheu. Exemplos ? Na penúltima eleição, no Paraná, tivemos três candidatos com possibilidades de ganharem a disputa por duas vagas de Senador da República (mandato de 8 anos): Requião (que pleiteava a reeleição); Oriovisto (uma esperança); e o Arns, figura carimbada.
O eleitorado já saturado com a imagem e os modos grosseiros do Requião, um político que no Senado sempre lutou contra os interesses do Paraná, resolveu aposenta-lo da política, sobrando os referidos concorrentes que acabaram sendo eleito. E o Arns só conseguiu tal proeza porque os outros candidatos eram piores. Assim o Paraná ficou com dois novos Senadores que na prática não justificaram os votos que receberam porque sempre estiveram omissos nos grandes embates que sacudiram o cenário nacional. E no último pleito, também para uma vaga de Senador da República, concorreram, com possibilidades de ganhar, quatro candidatos : Álvaro Dias (querendo a reeleição); Sérgio Moro ( um nome respeitável ); o Paulo Martins (candidato do Partido do ex-Presidente da República; e Orlando Pessuti (ex-governador do Paraná); além de outros nomes que possibilitaram aos eleitores terem mais opções de voto. E ganhou o Sérgio Moro, por sua atuação na “Operação Lava Jato” e porquê o Álvaro Dias que era um político profissional de larga preferência do eleitorado, também teve uma atuação pífia na Câmara Alta e se perdeu na própria soberba. Foi aposentado da política. Como visto os eleitores na eleição anterior não tiveram muitas opções e acabaram elegendo os menos ruins; e na segundo eleição, com inúmeros candidatos, a eleição ficou mais ao gosto do eleitor e ganhou quem deveria ganhar. Dentro desta panorâmica dava para antever os votos dos três Senadores do Paraná na reeleição do Pacheco na Presidência da República: óbvio que os dois escolhidos dentre os piores, embora o Oriovisto fosse um pouco mais qualificado, só poderiam ter voltado para a aventada reeleição . Homens que se dobraram em favor do Luiz Ignácio; enquanto o outro Senador escolhido entre uma opção de outros bons nomes, votou contra o continuísmo nefasto do Pacheco, por ser este subserviente ao Alexandre e ao Luiz Ignácio. E se alguém pensou que o Oriovisto fosse se posicionar de maneira altiva e independente, é porque desconhece sua militância esquerdista.
Com certeza dos nossos atuais Senadores só o Moro terá uma atuação forte e decisiva, apesar de todos os obstáculos que terá pela frente, mas com certeza não será omisso, conivente e nem tão desinteressados pelo futuro da democracia, dos que os dois estorvos que elegemos por absoluta falta de opção …
“A reeleição do Pacheco no Senado da República foi um desastre para a democracia e um prêmio para os ocupantes dos cargos do STF. Será servil ao Executivo barreira intransponível para qualquer tentativa de impeachment contra os ditadores de Toga. Uma lástima.”