O Terror da Ameaça.
Pessoas inconsequentes e sectárias podem achar graça e querer comparar um ofensor com o outro, como se as ameaças se equivalessem para serem admitidas e deixar como se nada de grave tivesse acontecido. São pessoas cegas pela ideologia castradora que não avaliam as sequelas que deixam na vítima e seus familiares pelo medo de que o fato criminoso possa ser perpetrado. O episódio de perigosos bandidos engendrados para matar e/ou sequestrar o Senador Sérgio Moro e sua família, não pode ser tratado com desdém e sofismas para esconder a verdade com uma peneira. Um plano urdido desde o início do ano e obstado pela Polícia Federal, que desta vez agiu com diligência e no devido tempo, evitando uma tragédia anunciada dias antes pelo Luiz Ignácio. Vi e ouvi a declaração pública que o Moro fez à imprensa e achei ele comedido, firme e advertiu quem devia advertir. Avalio o seu estado de espírito pois só quem já foi ameaçado seriamente de morte, sabe sentir de perto o horror da insegurança. No início dos aos 70 do século passado a cidade de Faxinal era conhecida pela violência, principalmente na área rural, mas seus efeitos quase sempre se alastrava na cidade. No município de Grandes Rios, na época pertencente à Comarca de Faxinal, tinha um processo que envolvia intrincada questão de terra cujas partes não eram nada civilizadas e quando o Juiz de Direito o saudoso dr. Mário Ráu decidiu o mérito da causa, a parte perdedora contratou um pistoleiro (apelidado de Botinha) da região de Ortigueira para matá-lo. O Juiz só tomou conhecimento da trama por intermédio de um seu amigo que frequentava roda de jogo de carteado e soube por um habitué, da “empreitada” que lhe contara o próprio Botinha. O Tribunal de Justiça solicitou da Secretaria de Segurança que uma equipe de policiais civis fossem para Faxinal a fim de proteger o Magistrado e prender o pistoleiro. Depois de algumas semanas o dr. Mário Raú foi removido para a Comarca de Cambé, contudo, os policiais de Curitiba ficaram para localizar e prender o Botinha. Só que os “agentes da lei” chefiadas por um indivíduo de apelido “Fiapo” passou a traficar drogas na região. Eu, como Promotor de Justiça da comarca pedi a prisão preventiva de cinco policiais envolvidos. E quando o Juiz Substituto Miguel Bompeixe Carsten decretou a prisão e os policiais ficaram sabendo, o Fiapo alardeou por toda a cidade que iria me matar. Minha esposa estava grávida de oito meses e para tirá-la da cidade levei ela e meu filho primogênito Luiz Gustavo para Curitiba, onde eles ficaram na casa de minha sogra.
Eu retornei à Faxinal. Nervosa com os acontecimentos minha mulher teve problema neurológico (paralisia do lado esquerdo do corpo) quinze dias antes do parto. Em Faxinal o Prefeito da época mandou um guardião da Prefeitura ficar de vigia na frente da minha casa, era a única segurança que eu dispunha sem saber, pois este fato só foi contado para mim anos depois pelo advogado militante naquela comarca dr. Clovis Roberto de Paula.
Antes de vir para Curitiba nas vésperas do nascimento do meu filho Luiz Rodrigo, o Fiapo teve um problema grave de saúde e foi transportado de ambulância para a Capital e seus colegas foram designados para cumprir outras tarefas distantes de Faxinal. Nunca mais soube do Fiapo e daquela gente. Minha esposa só depois do parto se recuperou da paralisia. É por isto que sei o que o Senador Moro e sua família devem estar sofrendo muito nestas horas de intranquilidade; bandido quando engendra um plano para se vingar ou cumprir ordens de alguém é daninho porque sem perpetrar a ação já cria nas vítimas o terror da incerteza. E não é a palavra do advogado dos traficantes que deve ser aceita, mas a verdade dos fatos, suas circunstâncias e provas trazidas à lume pela polícia. O plano existiu, os seus autores foram presos, só falta saber o nome do mandante, com certeza um psicopata com pele de cordeiro que só expõe sua vontade doentia quando está enfurecido, daí diz que odeia e quer de todas as maneiras “acabar” com o dr. Moro e sua família…
“Engendrar a morte de alguém ou um sequestro é ato vil e mostra toda a periculosidade do infrator e seus cúmplices. Nestas horas a pena de morte é o único instrumento útil que o Estado tem para banir indivíduos nocivos à sociedade. Traficantes, sequestradores, mandante de homicídio, pedófilos, estupradores, latrocidas e matadores de aluguel bem poderiam merecer referida pena. Por quê?
Porque são irrecuperáveis.”