Salada Mista.
Está acontecendo alguma coisa muito estranha dentro da Justiça Federal que não tem explicação lógica. Talvez reflexo dos Tribunais Superiores e do CNJ cujos integrantes há tempo estão batendo cabeça por terem notória preferência política-partidária e se subjugarem ao comando de um notório trambiqueiro. Claro que uma minoria dentro do STF não tem voz; e a maioria no STJ está pecando por omissão. Enquanto que o inconstitucional CNJ não passa de uma sinecura orientada por quem preside o STF. E toda esta parafernália começou quando a PF trouxe à tona a notícia da maior corrupção ocorrida no país que foi apelidada de “Lava Jato”, quando os cidadãos brasileiros acreditaram pela primeira vez na história da República que a farra do dinheiro publico e a fórmula milionária de empresários conseguir fortuna fácil estava no fim. O desejo de todos era de que os envolvidos fossem exemplarmente processados e condenados . Ledo engano. Pois embora no início das marchas processuais todos os corruptos foram condenados e presos, ocorreu um episódio inusitado, pois em um dos processo que tinha como réu condenado e já preso cumprindo pena o Luiz Ignácio, cujos recursos desta condenação foram desprovidos nas três Instâncias da Justiça Federal, no entanto, quando um deles chegou no STF ocorreu uma alquimia jurídica que derreteu toda a Ordenação Jurídica Pátria para anular o processo deste ungido e beneficiar todos os outros réus da Lava Jato atolados no mar da corrupção. A decisão foi catastrófica para a História e o prestígio do Poder Judiciário brasileiro. Os principais Juízes da Lava Jato o dr. Moro em Curitiba e o dr. Bretas no Rio de Janeiro começaram a ser hostilizados por suas atuações nos processos em questão, tendo o primeiro pedido sua exoneração do cargo para assumir o Ministério da Justiça a convite do então Presidente Bolsonaro, tendo o dr. Bretas continuado na Magistratura. De outro viés os Promotores Federais liderados pelo dr. Dallagnol , todos com atribuições nesses mesmos processos, também passaram a ser administrativamente perseguidos tendo o principal deles pedido exoneração, um aposentou e outros ficaram no meio do tiroteio. Os mocinhos passaram a ser bandidos. O Luiz Ignácio, solto, concorreu a eleição para Presidente da República e foi empossado com sangue nos olhos, irado, anunciando aos quatro cantos que queria “acabar” com o dr. Moro e todos aqueles que lhe prejudicaram. O dr. Moro foi eleito Senador da República pelo Paraná e o dr. Dallagnol , também, mas este com mandato de Deputado Federal. E como o dr. Bretas continuou na Carreira de Juiz Federal, logo foi alcançado pelo CNJ que lhe impôs censura administrativa sem motivo justificável. Parece existir uma maldição que caiu sobre as cabeças dos Magistrados e Promotores Federais que um dia tentaram passar o Brasil a limpo e hoje estão sendo perseguidos implacavelmente pelos corruptos que ousaram combater. E os fatos não param por aqui. No lugar do então Juiz dr. Moro, para atuar com igual competência nos inquéritos e processos da Lava Jato em trâmite na Vara Federal de Curitiba, assumiu um Juiz notoriamente petista que dias atrás reinquiriu um doleiro implicado na mesma corrupção da Lava Jato, que requentou uma acusação pretérita quando acusou estar sendo indevidamente processado por não ter aceito um pedido de suborno de uma pessoa que estava representando o dr. Moro. O que fez o Juiz ?
Determinou ao Superintendente da Polícia Federal que instaurasse inquérito policial para indiciar o dr. Moro por prática de crime contra a Administração Pública. O “ilustre” Juiz ignorou que todo Senador da República tem foro privilegiado no STF. O delegado federal não acatou a determinação e devolveu o expediente ao Juiz. Meu Deus do céu, o que será que está acontecendo na Justiça do país ? E fica tudo por isto mesmo ? Foi assim que aconteceu na Venezuela, para não citar a Alemanha nazista, onde os bons se calaram e os maus fizeram a festa …
“Não vou deixar de escrever porque na minha vida pública como Promotor de Justiça sempre combati o bom combate, não me sujeitei a fugir de bandidos e nunca faltei com a verdade. E como Magistrado nunca deslustrei a Toga que vesti. Escrevo indignado pelo que está acontecendo no país, mas não vou nunca esmorecer!”
Édson Vidal Pinto